Dados do Trabalho

Título

EPIDEMIOLOGIA DAS LESÕES NÃO MUSCULARES EM ATLETAS DA CATEGORIA DE BASE DO SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE NA TEMPORADA DE 2019

Introdução e Objetivo

O futebol é um dos esportes mais populares do mundo. E dentro dessa realidade, altos investimentos são feitos por grandes empresas em busca de visibilidade. Mas como em todo esporte, a performance depende também das consequências inerentes ao futebol, como as lesões. Uma lesão pode afastar atletas importantes em momentos cruciais para as equipes, ocasionando grandes perdas, tanto no meio futebolístico com títulos e premiações, como a visibilidade almejada pelos investidores.
Nesse contexto, os estudos epidemiológicos são o primeiro passo para a elaboração de um programa preventivo de lesões esportivas. Visto que a prevenção e reabilitação das lesões tem efetividade comprovada em diversos estudos.
Diante dos dados já descritos na literatura, há um consenso que as lesões musculares são as mais prevalentes no futebol, e assim motivando um enfoque maior destas. Por outro lado, lesões “não musculares” como as entorses, fraturas, lesões ligamentares e tendíneas são colocadas em segundo plano, mesmo com prevalecias expressivas e tempo de afastamento semelhante as lesões musculares.
O presente estudo tem como objetivo descrever a prevalência de lesões não musculares nas categorias de base do São Paulo Futebol Clube na temporada de 2019. Foi realizado um levantamento de dados sobre a prevalência, relação com posição de atuação e diferenciação do momento da lesão entre jogo ou treino.

Casuística e Método

O presente estudo foi realizado através de uma análise epidemiológica, de modo retrospectivo, de prontuários do departamento médico das categorias de base do São Paulo Futebol Clube (SPFC) durante a temporada de 2019 do futebol nacional, do dia 04 de fevereiro de 2019 ao dia 30 de janeiro de 2020. Foram realizadas anotações sobre as 249 lesões sofridas pelos atletas que se reabilitaram no departamento médico. Os dados foram catalogados, descritos e comparados de acordo com as normas estabelecidas pelo Centro de Pesquisas e Avaliações Médicas (F-Marc) da Fifa em 2005.

Resultados

Das 249 lesões ocorridas, as musculares se mostraram mais prevalentes (20,4%), aproximando-se aos resultados de outros estudos. No entanto, lesões não musculares obtiveram valores expressivos. Sendo a entorse de tornozelo a lesão não muscular mais prevalente (14,5%), principalmente nos atacantes (39%) e meio campistas (29,9%).
Além desses resultados foram evidenciados dados referentes ao momento, sejam as lesões durante os jogos ou treinos. As entorses ocorreram em sua maior parte durante os jogos (54,2%), quando comparado aos treinos (45,8%).

Discussão

A prevalência das lesões descritas em nosso artigo estão em concordância com os resultados publicados na literatura. Sendo a entorse de tornozelo a lesão não muscular o tipo mais encontrado.
Diante dos dados se torna possível concentrar esforços em medidas preventivas, diagnóstico precoce e tratamento correto dessas lesões em busca de uma redução no tempo de afastamento e risco de recidiva.
Nesse mesmo contexto, vários estudos epidemiológicos são publicados com o mesmo intuito na literatura. No entanto, problemas metodológicos relacionados a essas pesquisas foram descritos anteriormente por diversos autores, na qual incluem diferenças nos conceitos usados, na coleta de dados, ausência de homogeneidade nos critérios diagnósticos e no tempo de recuperação. Seguir normas estabelecidas pelos principais Centros de Pesquisas se torna a principal ferramenta na busca de padronizar os estudos epidemiológicos no futebol.

Conclusão

Por fim, publicar dados nacionais referente as lesões no futebol, com métodos e classificações semelhantes são extremamente importantes no processo de ganho esportivo para os atletas, clubes e seus investidores. Visto que, o mapeamento dessas lesões está diretamente relacionado a busca de medidas preventivas e reabilitação, principalmente nas categorias de base, na qual talentos estão sendo lapidados.