34º Congresso Brasileiro de Medicina do Exercício e do Esporte e Simpósio Pan-Americano de Medicina do Esporte

Dados do Trabalho


Título

Uso do enxerto Autólogo do tendão fibular longo na reconstrução da ruptura aguda ou crônica do tendão do músculo peitoral maior: descrição da técnica

Introdução e Objetivo

Autores: JAN WILLEM CERF SPREY, João Roberto Polydoro Rosa, Pedro Baches Jorge, Jan Willem Cerf Sprey, Melanie Mayumi Horita, Emillyo César Neves Ferreira
Instituição: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia De São Paulo
INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A ruptura do tendão do músculo peitoral maior (PM) é considerada uma lesão rara que acomete pessoas jovens e ativas, com seu pico de incidência entre 20 a 40 anos. O PM é um poderoso adutor, rotador interno e flexor do ombro. Atletas de força possuem o mecanismo de trauma comum de carga excêntrica, ou concêntrica, do músculo em abdução e rotação externa. O estudo busca descrever a técnica de reconstrução tendinosa do músculo peitoral maior sem o uso de implantes e com o uso do tendão fibular longo como opção de enxerto autólogo.

Casuística e Método

Variáveis de estudo:-Idade; sexo; tendão(ões) lesionado(s); lesão ou procedimento cirúrgico prévios; biomecânica do tornozelo doador; biomecânica do membro operado; grau de dor no sítio doador; grau de retorno às atividades prévias; nível de satisfação do paciente; retorno à modalidade. Questões éticas: Todos os pacientes foram informados sobre os benefícios do procedimento cirúrgico, bem como seus riscos, inerentes a qualquer cirurgia semelhante. Houve o preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido.

Resultados

Técnica Cirúrgica: Paciente em decúbito dorsal e cadeira de praia, sob anestesia geral e bloqueio do plexo braquial, feito acesso cirúrgico deltopeitoral inferior de 5cm, veia cefálica afastada para lateral, localizado coto miotendíneo do tendão do músculo peitoral maior, retraído medialmente, sendo o mesmo reparado com sutura tipo Krackow retangular com nylon 2.0 no coto do músculo. Em seguida, é cruentizado o footprint, com confecção de dois pertuitos unicorticais em úmero proximal com broca nº5, com 4mm cada, numa distância de 4 a 6cm entre eles. Retirada do enxerto fibular: incisão longitudinal com cerca de 3cm é feita na região póstero-lateral da fíbula sobre o fibular Longo (FL). A incisão é feita no sentido distal-proximal, começando 3 cm proximal ao ponto mais distal do maléolo lateral. Então o FL é identificado e isolado, após sua diferenciação do fibular curto. Ambos os tendões são então unidos na região mais distal da incisão com sutura única com fio Vicryl nº 1-0, a metade anterior do FL é destacada e reparada com mesmo fio e removida com auxílio de tenótomo, até cerca de 5 cm da cabeça da fíbula, evitando lesão ao nervo fibular. Preparação do enxerto: O enxerto do FL é dobrado e suas extremidades suturadas com fio Vicryl nº 1-0, formando um enxerto duplo, mantido sob gaze úmida. Fixação do enxerto: feito a passagem dos fios reparados no enxerto, de cima para baixo no orifício proximal até o distal. Feito reparo entre tendão e músculo com fios inabsorvíveis de alta resistência com membro superior em rotação medial. O membro superior foi mantido com tipoia por 6 semanas.

Discussão

Atualmente, os procedimentos cirúrgicos se baseiam na sutura anatômica transóssea do tendão peitoral maior com fixação óssea com o uso de âncoras ou parafusos, além do uso de enxertos autólogos. A estimativa temporal para execução desse procedimento baseia-se no tempo do processo inflamatório, seguido do período de atenuação da data do trauma, porém, alguns casos de ruptura crônica necessitam de atenção, visto que o coto proximal do músculo pode estar retraído, optando pelo uso de enxerto autólogo. Comummente são usados grácil, Aquileu, fáscia lata ou derme acelular humana e que apresentam boa cicatrização no sítio doador.

Conclusão

O uso de um enxerto autólogo do tendão fibular longo, sem uso de âncoras e parafusos, apresentou resultados satisfatórios quanto ao menor tempo cirúrgico, baixo custo e com retorno precoce ao esporte, além do feedback positivo do paciente

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia De São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Emillyo César Neves Ferreira , JAN WILLEM Cerf Sprey , João Roberto Polydoro Rosa, Pedro Baches Jorge, Melanie Mayumi Horita