34º Congresso Brasileiro de Medicina do Exercício e do Esporte e Simpósio Pan-Americano de Medicina do Esporte

Dados do Trabalho


Título

Indícios de vigorexia em adultos praticantes de treinamento resistido na cidade de Manaus - AM

Introdução e Objetivo

Na sociedade atual, é cada vez mais frequente a busca pela idealização do físico perfeito. A pressão exercida para que os indivíduos alcancem determinado padrão estético faz com que muitas pessoas desenvolvam transtornos alimentares e comportamentais, tal como a vigorexia. Este transtorno faz com que os sujeitos afetados tenham uma visão distorcida da sua imagem, levando os mesmos a condutas exageradas, como muitas horas praticando exercícios físicos, dietas restritas, uso de diversos suplementos alimentares e/ou esteroides anabolizantes, dentre outros. O objetivo do presente trabalho é identificar e analisar epidemiologicamente indícios de vigorexia em praticantes de treinamento resistido em uma academia da cidade de Manaus.

Casuística e Método

Foram entrevistados em uma academia de médio porte situada na região centro-sul da cidade de Manaus-AM, 45 pessoas praticantes de musculação, sendo incluídos 37 participantes (24 homens e 13 mulheres), com idade mínima de 18 anos e que relataram praticar o esporte por um período mínimo de 6 meses. A escolha dos participantes foi ao acaso, entre julho e agosto de 2022 e todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Após isso, foi aplicado uma pesquisa onde realizou-se primeiramente uma breve anamnese contendo dados de identificação geral, bem como modalidades esportivas praticadas e objetivos do treinamento. Em seguida, foi solicitado que respondessem o questionário proposto por Rodrigues, Araújo e Alencar (2008), que visa identificar possíveis indivíduos que apresentam indícios de vigorexia. O questionário é composto por 10 questões de múltipla escolha, onde cada assertiva tem uma determinada pontuação para avaliar o possível grau do transtorno.

Resultados

Dentre a amostra obtida, 18 indivíduos (48,6%) apresentaram um caso mais alarmante. Doze pessoas (32,4%), sendo 7 homens e 5 mulheres, obtiveram um resultado entre 11 e 15 pontos e de acordo com o questionário de Rodrigues, Araújo & Alencar (2008), aqueles que apresentam essa pontuação, tem um risco aumentado de desenvolver vigorexia. As outras 6 pessoas (16,2%), sendo 4 homens e 2 mulheres, pontuaram entre 16 e 21, o que significa que estes tem fortíssimos indícios de ter a patologia. O restante do grupo analisado (51,3%) pontuou 10 ou menos, o que significa que estes não apresentam maiores riscos para a doença.

Discussão

Os resultado do trabalho mostram que 9 (24,3%) das 37 pessoas entrevistadas, já fizeram uso de esteroides anabolizantes em alguma etapa de sua vida, o que indica que basicamente 1/4 do grupo analisado se preocupa tanto com sua aparência física a ponto de fazer uso de recursos ergogênicos, mesmo sem a real indicação médica. Notou-se também que 21 (56,8%) pessoas não se sentem satisfeitas com sua aparência física, o que pode sugerir que na sociedade atual a população está cada mais vez mais preocupada com sua autoimagem. Além disso, 22 (59,5%) indivíduos sentem-se culpados quando não vão a academia, o que pode está fortemente associado com o dado anterior, já que quando aqueles que estão insatisfeitos com sua forma física faltam aos treinos, aumenta-se ainda mais a frustração com todo o processo. Nesta última alegação, encontram-se os 6 sujeitos com altíssimos indícios para vigorexia. Observa-se também mais duas associações em comum nesse grupo, a de que todos fazem uso de suplementos alimentares e que estão dispostos a correr o risco das enfermidades ocasionadas pelo excesso de treinamento.

Conclusão

Conclui-se que a busca pelo corpo perfeito e a pressão exercida para alcançá-lo, pode está levando a sociedade atual ao risco aumentado do desenvolvimento de patologias relacionadas a vigorexia. Além do mais, foi visto nesta pesquisa, que os homens são mais acometidos pela doença do que as mulheres, merecendo uma atenção aumentada para este sexo.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Live Academia - Amazonas - Brasil

Autores

Daniel Loureiro Dantas, Yasmin Natanaelly Cruz de Oliveira