Dados do Trabalho

Título

Fratura por Estresse de Cuboide em Triatleta Portador de Pé Cavo-Valgo.

Introdução e Objetivo

A deformidade do valgo do tornozelo em colapso associada a um arco longitudinal medial anormalmente alto é uma condição rara. Embora as fraturas por estresse do membro inferior sejam comuns na população atlética, as fraturas por estresse do cuboide representam menos de 1% de todas as fraturas. Uma explicação possível para isso é devido ao cuboide não ser um osso de sustentação de peso. No entanto, o osso cuboide é propenso a lesões de uso excessivo devido às forças mecânicas repetitivas na área, especialmente durante atividades esportivas com movimentos repetitivos, como corrida e salto.
Deficiência relativa de energia no esporte (RED-S) deve ser investigada em toda fratura por estresse.

Casuística e Método

Descrição de relato de caso.

Resultados

Um triatleta amador masculino de 33 anos, com 178cm de altura e 73kgs de peso, estava treinando para uma prova de IronMan 70,3 (1,9km de natação, 90km de ciclismo e 21 km de corrida). Durante uma sessão de corrida, ele sentiu dor no lado lateral do pé direito. Ele parou a sessão de treinamento devido à dor. Não houve queixa de dor antes deste treino. Nessa época, ele costumava se exercitar 16 horas por semana. Durante o exame físico, foram observados tornozelo valgo moderado e pé chato, além de edema na lateral do pé. O teste de provocação "Nutcracker", no qual o examinador estabiliza o calcâneo enquanto o antepé é abduzido, comprimindo o cuboide entre o calcâneo e a base do quarto e quinto metatarsos, foi positivo. As radiografias simples deram negativo para fratura e foi evidenciado alterações compatíveis com valgo do tornozelo associado ao pé cavo (uma anormalidade muito rara), excluindo a hipótese de pé chato valgo observado no exame físico. Na ressonância magnética, a imagem ponderada por T2 mostrou sinais hiperintensos no cuboide.

Discussão

Muitos fatores influenciam o risco de fraturas por estresse, como idade, sexo, raça, esporte, de treinamento, biomecânica, nível hormonal e aspectos nutricionais. Neste caso, a biomecânica deve ser considerada, devido à raridade.

Conclusão

Este é o primeiro manuscrito a relatar uma fratura cuboide com mais de 30 anos e também com uma rara anormalidade anatômica.