34º Congresso Brasileiro de Medicina do Exercício e do Esporte e Simpósio Pan-Americano de Medicina do Esporte

Dados do Trabalho


Título

CORRELAÇÃO ENTRE DESEMPENHO E RIGIDEZ MUSCULAR NA RECUPERAÇÃO DO EXERCÍCIO EXCÊNTRICO APÓS O PRECONDICIONAMENTO ISQUÊMICO COM DIFERENTES PRESSÕES DE OCLUSÃO

Introdução e Objetivo

O treinamento resistido caracterizado por contrações isométricas, concêntricas e excêntricas, tem sido aplicado devido a melhores resultados apresentados na manutenção e melhora da força e da massa muscular. Sabe-se que o exercício excêntrico (EE) tem sido bastante empregado na prática clínica, devido às suas características relacionadas à reabilitação e melhora da aptidão física. Porém, ele promove danos musculares que podem prejudicar o desempenho do atleta, proporcionando alterações musculares, como a rigidez muscular e a redução da contração voluntária isométrica máxima (CVIM). Dessa forma, o precondicionamento isquêmico (PCI) pode ser visto como um auxiliador para a diminuição do dano causado pelo EE, diminuindo os efeitos deletérios da isquemia-reperfusão, podendo acelerar o processo de recuperação pós-exercício. Portanto, se faz necessária a análise da associação de parâmetro clínico (rigidez) e desempenho (CVIM) para a avaliação do dano muscular promovido pelo EE. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi analisar o comportamento do desempenho (CVIM) após a aplicação de PCI com diferentes pressões de oclusão e correlacioná-lo com a rigidez muscular após a realização de um EE.

Casuística e Método

Ensaio clínico randomizado placebo controlado com 80 participantes do sexo masculino saudáveis (idade: 22,10±2,86 anos; peso: 75,03±12,60 Kg; estatura: 1,75±0,07 m e IMC: 24,57±3,67 Kg.m2), divididos aleatoriamente em quatro grupos: controle (n=20), placebo com 10mmHg (n=20), PCI utilizando a pressão de oclusão total (POT) (PCI-POT, n=20) e PCI com 40% a mais que a POT (PCI-40%, n=20), placebo
(10 mmHg) e controle.. O protocolo de PCI foi constituído de quatro ciclos de isquemia e reperfusão de cinco minutos cada, enquanto que o controle permaneceu 40 minutos em repouso em decúbito dorsal. Todos os grupos realizaram avaliações iniciais, um protocolo de EE de quadríceps (composto por 5 séries de 15 repetições), avaliação imediatamente após o término do EE, 24, 48, 72 e 96 horas após o exercício, sendo avaliados a rigidez muscular pela miotonometria e CVIM pelo dinamômetro isocinético. Foi utilizado o método estatístico descritivo e as correlações entre os desfechos foram realizadas pelo teste de correlação de Pearson ou Spearman de acordo com a normalidade dos dados, com nível de significância de 5%.

Resultados

Houve correlação moderada e significativa positiva para o grupo PCI-POT nos pontos 4cm polo superior da patela (PSP) nos momentos baseline, final e 24h (r=0,479, r=0,576 e r=0,648) e 2cm lateral ao ponto médio entre espinha ilíaca anterossuperior (EIAS) e PSP nos momentos final, 24h, 48h e 72h (r=0,506 e r=0,458, r=0,446 e r=0,451). Para os grupos PCI-40%, placebo e controle não foi observada correlação entre o desempenho e a rigidez muscular.

Discussão

De acordo com os resultados apresentados no presente estudo, pode ser analisado a relação direta entre a rigidez e força muscular após o PCI seguido do EE, ou seja, quanto maior a força, maior a rigidez muscular. O PCI evita decréscimos de força e aumenta o tempo de recuperação após a realização de CVIM. No entanto, vem acompanhado de aumento na rigidez muscular entre 24 e 72horas após o EE, o que pode não ser interessante na prática clínica.

Conclusão


Conclui-se que o PCI-POT apresenta correlação positiva e moderada entre desempenho e rigidez muscular nos pontos 4cm da patela e 2cm lateral ao ponto médio entre o PSP e a EIAS, indicando uma relação proporcional entre desempenho e rigidez muscular.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

FCT UNESP - São Paulo - Brasil

Autores

Tiago Silva Huffenbaecher, Eduardo Pizzo Junior, Vinicius Pagani, Fernanda Pegorin Diniz, Carlos Alberto Toledo Teixeira Filho, Franciele Marques Vanderlei