Dados do Trabalho
Título
Influência da massa óssea e massa muscular sobre velocidade máxima obtida durante uma partida de futebol em jovens futebolistas
Introdução e Objetivo
No desenvolvimento do jogador desde sua descoberta até o futebol de alto nível, sofre influência do crescimento físico e maturação, cujas grandes transformações impactam a composição e o tamanho corporal. Isso mediante mudanças significativas na massa corporal, estatura, massa muscular e óssea durante o processo formativo; transformações essas que podem afetar diretamente seu desenvolvimento e seu desempenho. O objetivo desse estudo foi estabelecer associações entre a velocidade máxima obtida durante uma partida de futebol com a composição corporal e massa óssea em jovens futebolistas de diferentes grupos maturacionais.
Casuística e Método
Estudo transversal com 175 futebolistas do sexo masculino. A velocidade foi mensurada pelo sistema global de posicionamento (Polar Team2 - EUA). Os parâmetros de massa óssea (densidade e conteúdo mineral ósseo) e composição corporal foram obtidos pela absorciometria de raios-x de dupla energia (iDXA – GE Heathcare Lunar, Madison, WI, EUA) do corpo inteiro e das pernas, e a maturação somática foi avaliada pelo pico de velocidade de crescimento (PVC). Os atletas foram categorizados em três grupos: Pré (n=42), Durante (n = 57) e Pós (n = 76) do pico de velocidade de crescimento.
Resultados
Os resultados mostraram diferenças significantes entre os grupos para todas as variáveis estudadas. Não foram encontradas correlações significativas entre as variáveis de massa óssea e composição corporal com o desempenho de velocidade. Apesar de não significativos, observou-se coeficientes baixos de determinação nos diferentes grupos: Pré (23,12% pela densidade óssea), durante (27,25% pelo tecido magro total) e Pós (24,61% pelo percentual de gordura e tecido gordo total).
Discussão
Na análise multivariada para determinação da associação da composição corporal com velocidade máxima obtida durante uma partida de futebol, nos diferentes grupos maturacionais, mostraram dois resultados que devem ser destacados. O primeiro refere-se a não influência dos parâmetros da massa óssea e dos indicadores da composição corporal paras os três grupos maturacionais, relacionados ao desempenho da velocidade máxima dos jovens futebolistas em ações de deslocamento no jogo. E o segundo, apresenta diferentes predições dos parâmetros da massa óssea e composição corporal relacionados com a velocidade máxima do jogo dentro dos grupos maturacionais. Esses resultados revelam uma influência fraca dos parâmetros da massa óssea (BMD e BMC) e dos indicadores da composição corporal (i.e. variáveis somáticas, das massas ósseas, musculares e gorda), sobre o desempenho da velocidade máxima obtida durante uma partida de futebol, em todos os grupos maturacionais. Isso demonstra que nos estágios maturacionais o desempenho da velocidade máxima não está intimamente correlacionado com as modificações da massa óssea e composição corporal, e que outros fatores podem ter maior influência.
Conclusão
A massa óssea e a composição corporal não foram fatores determinantes associados ao desempenho da velocidade máxima, sugerindo que outros fatores podem influenciar o desempenho da velocidade. Importante notar que os parâmetros da massa óssea, e os indicadores da composição corporal só são capazes de explicar uma pequena proporção da variação total do desempenho máximo da velocidade durante uma partida.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Coritiba Foot Ball Club - Paraná - Brasil, UNICAMP - São Paulo - Brasil
Autores
Rodrigo Lopes Pignataro, Jefferson Eduardo Hespanhol, Cassio Zini, Pedro Murara, Gabriel Faria Isfer de Lima, Carlos André Paes