34º Congresso Brasileiro de Medicina do Exercício e do Esporte e Simpósio Pan-Americano de Medicina do Esporte

Dados do Trabalho


Título

INFLUÊNCIA DO OTIMISMO E ESPERANÇA EM ATLETAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Introdução e Objetivo

Realizar exclusivamente intervenções especializadas na área da saúde tornou-se um modelo incompleto para avaliação do indivíduo. Esse rompimento do modelo biomédico é estudado dentro da abordagem da Psicologia Positiva (PP). No Brasil, essa área encontra-se em constante crescimento. De forma semelhante, a Psicologia do Esporte (PE) também é um ramo em expansão no país. A PE encontra-se dentro das Ciências do Esporte e investiga o comportamento das pessoas nos contextos esportivos e de atividade física. A literatura demonstra que a unir elementos estudados pela abordagem da PP com a PE apresentam um alto potencial de efetividade nas ações do psicólogo esportivo, pois contempla uma avaliação do indivíduo biopsicossocial. Dentre as variáveis estudadas nesse sentido, encontram-se a esperança e o otimismo. Apesar de erroneamente utilizadas como sinônimos, as variáveis são estatisticamente independentes. Objetivo: Ambas contribuem para uma melhoria na saúde mental e física, sendo assim, objetiva-se verificar na literatura a influência de ambas as variáveis sobre o desenvolvimento do atleta.

Casuística e Método

Foram pesquisadas as bases eletrônicas MEDLINE (via PubMed), LILACS e SciELO. Os termos de busca foram optimism, hope e athlete. Foram incluídos quaisquer estudos que envolvessem a influência do otimismo e/ou da esperança no desempenho de atletas, sem limite de tempo.

Resultados

A busca total resultou em 68 artigos e seguindo os critérios de elegibilidade, apenas seis foram retidos para revisão. Destes, cinco relacionavam-se com o construto otimismo e apenas um com a esperança. Os testes utilizados para mensuração dos resultados foram respectivamente, Teste de Orientação de Vida LOT-R e State Hope Scale. As amostras dos estudos contemplavam atletas do voleibol (2 artigos), jogadores de futebol (1 artigo), jogadores de kayak polo (1 artigo) e esportes variados (2 artigos).

Discussão

Os resultados demonstraram que níveis maiores de otimismo e esperança se correlacionaram com melhor desempenho esportivo, resiliência, maior motivação e menor sensação de esgotamento. Apenas um dos estudos não encontrou resultados estatisticamente significativos, entre as variáveis otimismo e nível de cortisol. Nesse sentido os autores hipotetizaram que o cortisol pode variar devido a predisposição genética, não a características psicológicas. Correlações positivas foram encontradas entre idade cronológica e otimismo em atletas. Não houve diferenças significativas entre sexo dos atletas quanto aos contrutos otimismo/esperança. Uma das limitações que pode ser considerada é que a maior parte dos estudos foi realizado com amostras de adolescentes.

Conclusão

Intervenções que promovam as variáveis otimismo e esperança apresentaram desfechos favoráveis no contexto esportivo. Por serem resultados muito benéficos a todos envolvidos (atletas, equipes, técnico, psicólogo esportivo), torna-se imprescindível a realização de mais estudos na área. Dessa forma, sugere-se novas investigações, com amostras maiores e diversificadas, que possam elucidar de forma mais detalhada os benefícios de intervenções que promovam o otimismo e/ou esperança em atletas.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

FURB - Santa Catarina - Brasil, UFCSPA - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Gabriela Bertoletti Diaz Itimura, Eduarda Marchetti, André Leitão itimura, Caroline Tozzi Reppold