Dados do Trabalho

Título

EFEITOS DA PANDEMIA SOBRE O SEDENTARISMO NUMA POPULAÇÃO DE SERVIÇO DE SAÚDE PRIVADO DE CURITIBA

Introdução e Objetivo

A pandemia causada pelo novo coronavírus se iniciou na China, em dezembro de 2019, sendo declarada em 30 de Janeiro de 2020 uma emergência de saúde mundial pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na ausência de tratamento ou prevenção satisfatória, as medidas adotadas pelos governos a fim de diminuir a amplitude da curva de contaminação, envolveram medidas de isolamento social e promoção de medidas de higiene individual. Com toda a mudança gerada na rotina da população mundial, alterou-se também o estilo de vida, sendo observados subjetivamente pelo relato de médicos: menores taxas de práticas de exercícios físicos e cuidados com a saúde. Objetivos: Comparar a taxa de sedentarismo nos períodos pré-pandemia e durante a pandemia de Covid-19.

Casuística e Método

Estudo retrospectivo transversal com revisão de prontuários eletrônicos (Tasy versão 3.06.1782) de atendimentos realizados em 2 períodos: de 1 de maio a 31 de dezembro de 2019 e 1 de maio a 31 de dezembro de 2020 dos pacientes atendidos em uma clínica de saúde privada localizada na cidade de Curitiba/PR, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Positivo.

A partir de amostra consensual (N=1000), foram coletadas informações pertinentes ao protocolo de pesquisa como: idade, sexo, comorbidades e hábitos de vida, tais como prática de atividade física (autorreferida). Foram incluídos na pesquisa os pacientes que realizaram teste de esforço na clínica durante o período de 1 de maio a 31 de dezembro de 2019 e 1 de maio a 31 de dezembro de 2020. Foram excluídos da pesquisa pacientes com dados incompletos ou inconclusivos no prontuário eletrônico; pacientes menores de 18 anos.

Para a análise estatística, os pacientes foram agrupados em: sexo feminino ou masculino; adultos (18-59 anos) ou idosos (acima de 60 anos). Os dados foram armazenados em uma planilha do Microsoft Excel. A análise de dados foi realizada com o auxílio do programa computacional SPSS v.22.0. A análise descritiva dos dados foi realizada através de tabelas de frequência e de associação, sendo as variáveis numéricas apresentadas com cálculo de média e desvio padrão e as variáveis categóricas expressas pelo número e proporção de eventos. As variáveis quantitativas foram expressas como média (desvio padrão) e comparadas através do teste t. Considerou-se significativo o valor p<0,05.

Resultados

Considerando a população geral do estudo, houve uma diminuição considerável do sedentarismo, passando de 34% para 20% desta. (p<0,0001)
No grupo de mulheres adultas (n=318) o sedentarismo caiu de 40% em 2019 para 17% em 2020. (p<0,0001). No grupo de homens adultos (n=447), entre o período de 2019 (n=270) e 2020 (n=177), houve queda na prevalência de sedentarismo de 30% (n=82) em 2019, para 19 (n=34) em 2020. (p=0,008)
Na população idosa, ocorreu uma queda no sedentarismo de cerca de 8% (p=0,179) em homens idosos e de 3% nas mulheres idosas (p=0,701).

Discussão

Os achados deste estudo apontam que durante o tempo de isolamento social de 2020, houve uma diminuição nos níveis de sedentarismo na população avaliada, diminuindo sua incidência principalmente na população adulta, em que houve significância estatística dessa redução, evidenciando a preocupação em prevenir fatores de risco de pior prognóstico para a COVID-19.
Dentre os idosos, a diminuição nos níveis de sedentarismo não obteve redução estatisticamente significativa. Esse dado pode se dar por conta de muitos idosos terem sido submetidos a situações de isolamento extremamente restritas, principalmente aqueles que vivem em residências compartilhadas. Ademais, a solidão entre os idosos durante o isolamento social pode causar declínio cognitivo e doenças como Alzheimer e acidente vascular cerebral, influenciando na atividade física desta população.

Conclusão

Apesar das medidas de isolamento social para o controle da pandemia de Covid-19, houve diminuição dos níveis de sedentarismo durante a pandemia COVID-19 na população de estudo.