Dados do Trabalho

Título

Prevalência de lesão no basquetebol entre participantes do 83º Jogos abertos do Estado de São Paulo

Introdução e Objetivo

O basquetebol é considerado um dos esportes mais populares no mundo e relaciona-se com melhora da capacidade cardiopulmonar, composição corporal e estimula relações sociais. No entanto, é necessário um importante preparo físico para sua prática pois exige do indivíduo habilidades como força, resistência muscular, agilidade, reflexos e propriocepção adequada para a carga de trabalho exercida. Os praticantes do basquetebol podem ser classificados em atletas ou desportistas. Dessa parcela, a população de atletas pode caminhar na contramão dos benefícios da prática esportiva com lesões que prejudicam a prática do esporte. Desta maneira, a literatura mostra as principais lesões dos atletas dessa modalidade em regiões de membros inferiores (MMII) principalmente durante campeonatos. Por isso, o objetivo do estudo é analisar a prevalência, local e momento das lesões no basquetebol em participantes do 83º Jogos Abertos do Interior do Estado de São Paulo (JAISP).

Casuística e Método

Foi um estudo transversal realizado durante o JAISP, incluindo maiores de 18 anos inscritos, praticantes profissionais ou amadores de basquetebol. O formulário anexado ao termo de consentimento livre e esclarecido fora preenchido de maneira eletrônica. A estatística uniu variáveis como médias, proporções e desvios padrões e estatística analítica.

Resultados

A amostra obteve 196 indivíduos, 92 mulheres e 104 homens com média de idade 24 anos (+- 6,59), de peso 78,6kg (+- 15,9) e de altura 179,1cm (+-11,9); 96 atletas e 100 desportistas. 128 indivíduos relataram lesão no período de 2 anos, total de 210 lesões. Revelou-se 1 lesão por praticante embora ocorreram indivíduos com 2 ou mais. A prevalência de lesões foi em tornozelo e joelho (62%). Ao agrupar por sexos, observou-se 124 lesões em homens e 86 em mulheres. 37% das injurias femininas em joelhos e no sexo masculino 49% em tornozelo. Ao dividirmos grupos de atletas e desportistas, observa-se 113 lesões em atletas. Assim, 64% em tornozelo e joelho; 87 em desportistas, 67% em tornozelo e joelho. Os atletas sofreram principalmente lesões em tornozelo 41%, ao passo que 56% dos desportistas relataram a mesma lesão. Por outro lado, as atletas e desportistas sofreram com 38% de lesões em joelho. Em ambos os grupos, o principal momento de lesão foi durante treinamento.

Discussão

Há grande evidência na literatura sobre prevalência de lesões em MMII no basquete assim como em nosso estudo. Em relação ao sexo feminino, os dados encontrados se correlacionam com diferenças anatômicas e biomecânicas das mulheres, ocasionando maiores chances de leões em joelhos como citado por ASTUR, 2016. Em relação à diferença entre lesões em desportistas e atletas, de acordo com a literatura, a maior carga de trabalho muscular leva a maior propensão a lesão corroborando os dados encontrados. No entanto, observa-se que as lesões diferenciam pois os atletas obtiveram uma distribuição mais ampla. Já, desportistas relataram uma distribuição mais restrita as lesões especificas da modalidade, fazendo-se necessário outros estudos individualizados. Além disso, o momento de lesão revelou-se durante os treinos, o que é contraditório a literatura, podendo correlacionar-se com variáveis especificas de cada população, como volume de treino, preparação adequada e frequência em campeonatos.

Conclusão

No 83° JAISP evidenciou-se nos homens a maior prevalência de lesões em tornozelo e nas mulheres em joelhos. Dessa forma, indivíduos que desejam praticar esse esporte precisam condicionar a preparação física na propriocepção especifica da modalidade. Assim, desenvolver a musculatura de MMII com foco em suas variáveis anatômicas para obter o prepara necessário. Dessa forma, pesquisas são necessárias para diminuir a prevalência de lesões e preservar a saúde dos praticantes.