Dados do Trabalho
Título
SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA
Introdução e Objetivo
Atualmente a creatina é um dos suplementos ergogênicos mais utilizados por desportistas amadores e atletas profissionais em todo mundo, conhecida por melhorar a performance e aumentar a concentração de creatina intramuscular, levando à evolução no desempenho e melhorando as adaptações ao treinamento. Entretanto, muitas pessoas, equivocadamente, acreditam que a creatina possui efeito anabolizante, apesar de não possuir tal efeito. A literatura indica que a suplementação de creatina pode melhorar a recuperação pós-exercício, a prevenção de lesões e a termorregulação. Uma série de aplicações clínicas da suplementação de creatina também foi estudada, envolvendo doenças neurodegenerativas (por exemplo, distrofia muscular, Parkinson, doença de Huntington), diabetes, osteoartrite, fibromialgia, envelhecimento, isquemia cerebral e cardíaca e até para tratar depressão em adolescente. No entanto, permanece a dúvida sobre o papel e a segurança da suplementação de creatina no exercício, no esporte e na medicina. Portanto, esse estudo tem como objetivo esclarecer as dúvidas e os mitos relacionados ao uso da creatina.
Casuística e Método
Trata-se de uma revisão de literatura realizada entre o período de 01 Agosto a 1 de Setembro de 2022. Na plataforma Pubmed, preconizam-se os descritores “Creatine” e “Supplementation”, combinados com o operador Booleano “AND”. Os filtros utilizados para aperfeiçoar as buscas foram datas de publicação entre os anos 2010 e 2022, textos completos, revisão, revisão sistemática, escritos em inglês ou português.
Resultados
Ao final, foram encontrados 26 artigos, dos quais foram selecionados 11. Diante da leitura dos artigos observou-se que a creatina é um composto de aminoácido não proteico que é encontrado principalmente na carne vermelha e nos frutos do mar. A maior parte da creatina é encontrada no músculo esquelético (95%), com pequenas quantidades no cérebro e nos testículos (5%). Em torno de 1% a 2% da creatina intramuscular é degradada e posteriormente excretada na urina. O corpo precisa reabastecer de 1 a 3 gramas de creatina por dia para manter as reservas normais, dependendo da massa muscular.
Discussão
O principal papel metabólico da creatina é, através de sua combinação com outros componentes do corpo, ajudar na manutenção da disponibilidade da ATP, particularmente durante o exercício físico. A suplementação dietética do composto serve para aumentar o estoque de creatina de 20% a 40%. Boa parte é sintetizada no fígado e nos rins a partir de arginina e da glicina. Cerca de metade da necessidade diária é obtida a partir da dieta, principalmente em carne vermelha, peixes gordos (como o salmão), frango, fígado, bacalhau, ovos e leite. No entanto, algumas pessoas têm deficiências de síntese de creatina devido a erros inatos enzimáticos e dependem da ingestão dietética para manter as concentrações musculares e cerebrais normais. Pessoas adeptas de dietas vegetarianas e, principalmente, veganas também podem precisar de suplementação.
Conclusão
Desse modo, a literatura aponta que a melhor forma de suplementar creatina é começar ingerindo uma dose duas vezes maior que é a recomendada diariamente, visando à saturação das reservas de creatina muscular. No entanto, níveis mais altos de suplementação por períodos mais longos de tempo podem ser necessários para aumentar as concentrações. Além disso, combinar o consumo da creatina com carboidrato ou proteína promove uma maior retenção do composto. O único efeito colateral relatado consistentemente da suplementação de creatina descrita na literatura foi o ganho de peso momentâneo, por causa da retenção de líquido.
Área
Medicina do Esporte
Autores
Pedro Henrique Carvalho Leite Romeiro, Catarina Rodriguez Silva, Bibiana Toshie Onuki de Mendonça, Péricles Jorge Raposo Guimarães, Eduardo Lima Barbosa