Dados do Trabalho
Título
Nível de atividade física de estudantes de medicina do sexo feminino: um estudo longitudinal
Introdução e Objetivo
Níveis insuficientes de atividade física têm sido demonstrados como prevalentes dentre os adolescentes e adultos jovens, sobretudo do sexo feminino, com tendência de redução desses níveis com o passar da idade. Sabe-se que a prática regular de atividade física impacta na redução da incidência de doenças crônicas não transmissíveis, além de acarretar melhora da qualidade de vida e benefícios psicoemocionais, o que pode ser particularmente vantajoso para estudantes de medicina, que estão sujeitos a ambiente altamente estressante durante sua formação profissional.
O presente estudo tem como objetivo avaliar o nível de atividade física de estudantes de medicina do sexo feminino do 1º ao 6º ano de curso.
Casuística e Método
Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e longitudinal que foi realizado em uma escola Médica localizada no interior do Estado do Rio de Janeiro. A amostra foi composta por 50 estudantes do sexo feminino do curso de medicina com idade compreendida entre 18 e 33 anos.
Foram realizadas 6 coletas de dados, uma por ano, durante os 6 anos de graduação das alunas do curso de medicina. A primeira coleta foi realizada no 1º ano (2017) da graduação e a última no 6º ano (2022).
Para avaliar o nível de atividade física das estudantes de medicina foi utilizado a versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física-IPAQ. Esse questionário contém oito questões fechadas, relacionadas ao tempo gasto fazendo atividade física na última semana, seja no esporte, no trabalho, no lazer, em casa, por exercício ou até mesmo na ida de um lugar para o outro; relacionando-as com as intensidades vigorosas, moderadas, caminhada e o tempo gasto na posição sentada. Quanto ao nível de atividade física, o indivíduo é classificado como muito ativo, ativo, irregularmente ativo A, irregularmente ativo B ou sedentário.
A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número CAAE: 56237416.4.0000.5246
Resultados
Em 2017, no 1º ano da graduação, 78% (n=39) da amostra foi considerada “muito ativo” ou “ativo”, 10% (n=5) “irregularmente ativo a ou irregularmente ativo b” e 12% (n=6) “sedentário”. Em 2018, o grupo de alunas “muito ativo” ou “ativo” representou 58% (n=29), “irregularmente ativo a ou irregularmente ativo b” 40% (n=20) e “sedentário” 2% (n=1). Em 2019, 80% (n=40) da amostra foi avaliada como “muito ativo” ou “ativo”, 16% (n=8) “irregularmente ativo a ou irregularmente ativo b” e 4% (n=2) “sedentário”. Em 2020, 70% (n=35) foi avaliada como “muito ativo” ou ‘ativo”, 28% (n=14) “irregularmente ativo a ou irregularmente ativo b” e 2% (n=1) “sedentário”. Em 2021, 76% (n=38) foi avaliada como “muito ativo” ou “ativo”, 16% (n=8) “irregularmente ativo a ou irregularmente ativo b” e 8% (n=4) de “sedentário”. Em 2022, último ano de graduação, 84% (n=42) foi avaliado como “muito ativo ou ativo”, 12% (n=6) “irregularmente ativo a ou irregularmente ativo b” e 4% (n=2) “sedentário”.
Discussão
Percebe-se que os níveis de atividade física considerados “muito ativo” e “ativo” prevaleceram ao longo dos anos, corroborando a literatura que indica a prática de atividade física dentre os estudantes de medicina como comparativamente maior dentre os outros cursos da área da saúde. Em relação a prática irregular e/ou ausente de exercícios, estudos observaram que a população feminina apresenta índices mais baixos de atividade física, porém neste trabalho os índices dos acadêmicos de Medicina do sexo feminino referentes aos grupos “sedentarismo” e “irregularmente ativo a ou b” foram as minorias da amostra.
Conclusão
Conclui-se que a maioria das estudantes do curso de medicina do sexo feminino praticam exercício físico e são muito ativas e ativas durante os 6 anos de graduação.
Área
Medicina do Esporte
Autores
Maria Paula César Castro, Isabela Caldeira Oliveira, Walquiria Silva Pedra Parreira, Gabriela Moreira Paladino, Diogo Pantaleão, Leandro Raider