Dados do Trabalho
Título
Nível de atividade física de estudantes de medicina do sexo masculino: um estudo longitudinal
Introdução e Objetivo
A prática regular de atividade física (AF) apresenta benefícios na promoção de qualidade de vida, autoestima e faz parte do tratamento multidisciplinar de morbidades de saúde mental. Além disso, a (AF) reduz a chance de desenvolver doenças crônico degenerativas e neoplásicas. No entanto, adolescentes e adultos jovens parecem apresentar baixos níveis de atividade física e a exposição a comportamento sedentário, definida como tempo ≥ 2 h/dia em frente à televisão, vídeo game e/ou computador é bastante prevalente, principalmente no sexo masculino.
O presente estudo tem como objetivo avaliar o nível de atividade física de estudantes de medicina do sexo masculino do 1º ao 6º ano de curso.
Casuística e Método
Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e longitudinal que foi realizado em uma escola Médica localizada no interior do Estado do Rio de Janeiro. A amostra foi composta por 34 estudantes do sexo masculino do curso de medicina com idade compreendida entre 18 e 33 anos.
Foram realizadas 6 coletas de dados, uma por ano, durante os 6 anos de graduação dos alunos do curso de medicina. A primeira coleta foi realizada no 1º ano (2017) da graduação e a última no 6º ano (2022).
Para avaliar o nível de atividade física dos estudantes de medicina foi utilizado a versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física-IPAQ. Esse questionário contém oito questões fechadas, relacionadas ao tempo gasto fazendo atividade física na última semana, seja no esporte, no trabalho, no lazer, em casa, por exercício ou até mesmo na ida de um lugar para o outro; relacionando-as com as intensidades vigorosas, moderadas, caminhada e o tempo gasto na posição sentada. Quanto ao nível de atividade física, o indivíduo é classificado como muito ativo, ativo, irregularmente ativo A, irregularmente ativo B ou sedentário.
A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número CAAE: 56237416.4.0000.5246
Resultados
Em 2017, no 1º ano da graduação, 73,5% (n=25) dos alunos obtiveram níveis de atividade física “muito ativo” ou “ativo”, 14,7% (n=5) “irregularmente ativo a ou irregularmente ativo b” e 11,8% (n=4) como “sedentário”. Em 2018, “muito ativo” ou “ativo” representou 58,8% (n=20) da amostra, “irregularmente ativo a ou irregularmente ativo b” foi 32,4% (n=11) e “sedentário” foi de 8,8% (n=3) da amostra. Em 2019, 76,5% (n=26) dos estudantes eram “muito ativo” ou “ativo”, 17,6% (n=6) “irregularmente ativo a ou irregularmente ativo b” e 5,9% (n=2) “sedentário”. Em 2020, 73,5% (n=25) da amostra era “muito ativo” ou “ativo”, 14,7% (n=5) “irregularmente ativo a ou irregularmente ativo b” e 11,8% (n=4) “sedentário”. Em 2021, os alunos considerados “muito ativo” ou “ativo” eram 82,4% (n=28) da amostra, 17,6% (n=6) “irregularmente ativo a ou irregularmente ativo b” e nesse ano não havia nenhum aluno sedentário”. Em 2022, último ano de graduação, 88,2% (n=30) dos alunos eram “muito ativo” ou “ativo”, 8,8% (n=3) “irregularmente ativo a ou irregularmente ativo b” e apenas 2,9% (n=1) era “sedentário”.
Discussão
Os acadêmicos considerados, em sua maioria, foram classificados como “muito ativo” ou “ativo” quanto ao nível de (AF), este achado corrobora com resultados encontrados na literatura, que demonstraram que acadêmicos da área de Ciências da Saúde possuíam maiores índices de prevalência de alto nível (AF) quando comparados a acadêmicos de outras áreas do conhecimento. Em relação ao sexo, estudos apontam que estudantes do sexo masculino de graduação das áreas Saúde/Biológica possuem maior nível de (AF), o que está em consonância com os baixos índices dos grupos “irregularmente ativo a ou b” e “sedentário” do presente trabalho.
Conclusão
Conclui-se que a maioria dos estudantes do curso de medicina do sexo masculino praticam exercício físico e são muito ativos e ativos durante os 6 anos de graduação.
Área
Medicina do Esporte
Autores
Maria Paula Cezar Castro, Isabela Caldeira Oliveira, Gabriela Moreira Paladino, Walquiria Silva Pedra Parreira, Diogo Pantaleão, Leandro Raider