Dados do Trabalho
Título
TESTE DE CAMINHADA E RISCO DE MORTALIDADE EM PACIENTES PÓS-COVID -19
Introdução e Objetivo
O comprometimento funcional pós-COVID-19 tende a prejudicar a capacidade de realização de atividades funcionais de vida diária, além de alterar o desempenho do indivíduo em diversas áreas de seu convívio habitual. Dessa forma, a investigação da caracterização das sequelas pós-COVID-19, no entanto, ainda proporciona um elevado grau de desconhecimento a nível do risco de morbimortalidade consequentemente da infecção. Por conseguinte, tais pacientes acometidos, tendem a se tornar mais sedentários e propensos a desenvolver comorbidades ou acentuar as pré-existentes, aumentando assim, esse risco. Objetivo: Avaliar o risco de mortalidade em pacientes pós- COVID-19 por meio do teste de caminhada.
Casuística e Método
Trata-se de um estudo longitudinal retrospectivo, composto por 40 pacientes que receberam diagnóstico positivo para COVID-19, de ambos os sexos, hospitalizados e que procuraram o ambulatório relatando queixa pulmonar após o quadro infeccioso. Para avaliar a capacidade de realizar atividades aeróbicas, foi realizado Teste da Caminhada de 6 Minutos (TC6M). Antes do início do teste, foi calculada a distância percorrida predita (DPP), por meio de equações especificas para ambos os sexos, segundo Enright e Sherril; e a monitorização dos sinais vitais foi realizada antes e após o teste, e os resultados tabelados em planilhas do Microsoft Excel, onde a análise estatística dos dados coletados foi feita de forma descritiva.
Resultados
Dos 40 pacientes analisados,06 percorreram < 300 m e foram estratificados como nível 1 na classificação do TC6M, apresentando risco de morbimortalidade muito elevado; 10 percorreram entre 300-375 m, estratificados como nível 2 e elevado risco de morbimortalidade, 11 percorreram entre 375-450 m, estratificados como nível 3 e moderado risco de morbimortalidade; e 13 percorreram entre > 450 m, estratificados como nível 4 e baixo risco de morbimortalidade.
Discussão
Diversos estudos apontam que o perfil da mortalidade por infecção pelo Coronavírus é composto, majoritariamente, por pacientes com idade próxima aos 65 anos e com comorbidades associadas e que fatores como a gravidade da infecção, resposta do hospedeiro, reservas fisiológicas e o tempo decorrido de hospitalização podem exercer influências diretas sobre o comportamento das capacidades pulmonares do indivíduo. Assim, dada a heterogeneidade da apresentação clínica, entre as principais sequelas pós-COVID-19, destaca-se o comprometimento funcional pulmonar, sendo um dos principais agravantes da doença, causando no sujeito uma deficiência na capacidade cardiorrespiratória, além das demais complicações em seu condicionamento físico, ressaltando que a evolução das condições físicas dos pacientes graves tem sido muita lenta e com influência na morbidade de seu quadro e no aumento da mortalidade, associado ao fator respiratório, tal como no caso dos pacientes de nível 1 e 2 no TC6M.
Conclusão
O presente estudo, dentro de suas limitações, avaliou que o risco de mortalidade pós-COVID-19, na maioria dos pacientes (32,5%) foi classificada como baixo risco. Ainda assim, para 15% da amostra testada (6 pacientes), o risco calculado justifica uma abordagem de cuidado prolongado, uma vez que o TC6M, é um teste passível de associação com a capacidade de realização de atividades da vida cotidiana, o que, no caso desses pacientes, se encontraria em prejuízo.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
UNIFAA - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Gabriela Moreira Paladino, Walquiria Silva Pedra Parreira, Alan Silva Dias, Erika Simoes Correa Baumann, Maria Paula Cezar Castro, Leandro Raider