Dados do Trabalho
Título
IMPACTO DA CAPACIDADE AERÓBIA APÓS COVID-19 DE PACIENTES QUE FORAM HOSPITALIZADOS
Introdução e Objetivo
O comprometimento funcional pós-COVID-19 tende a prejudicar a capacidade de realização de atividades funcionais de vida diária, além de alterar o desempenho do indivíduo em diversas áreas de seu convívio habitual. Dessa forma, a investigação se concentra na caracterização das sequelas pós-COVID-19, uma vez que um elevado grau de desconhecimento sobre o desdobramento da infecção abarca também, o impacto da mesma sobre a capacidade aeróbica dos pacientes. Por conseguinte, tais pacientes acometidos, tendem a se tornar mais sedentários e propensos a desenvolver comorbidades, aumentando assim, o risco de morbimortalidade. O objetivo do presente estudo foi identificar o impacto na capacidade aeróbica em pacientes hospitalizados por COVID-19.
Casuística e Método
Trata-se de estudo quantitativo e descritivo. A amostra foi composta por 42 indivíduos, de ambos os sexos e que tiveram diagnóstico positivo para COVID-19 e foram hospitalizados, sendo incluídos no estudo independentemente da faixa etária e grau de manifestações clínicas. Para avaliar a capacidade aeróbia foi realizado o Teste da Caminhada de 6 Minutos (TC6M) em um corredor de 1600 metros. A monitorização dos sinais vitais foi realizada antes e após o teste, e os resultados tabelados em planilhas do microsoft excel. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número CAAE: 38295320000005246.
Resultados
Dentre os 42 pacientes analisados, foram observados que apenas 2 alcançaram o valor predito, sendo 1 homem e 1 mulher, que 32 tiveram uma capacidade aeróbica de pelo menos 50% do valor predito, e os demais não atingiram 50% do valor predito, demonstrando assim que 8 pacientes apresentaram capacidade aeróbica menor que 50% após o teste de caminhada.
Discussão
Nos poucos estudos com teste de exercício cardiopulmonar foi sugerido que a intolerância ao exercício seria decorrente do descondicionamento físico, outros sugerem uma nova perspectiva, que afirma ser a miopatia por lesão viral a responsável pela persistência da fadiga. Ademais, alguns estudos relataram hiperventilação leve por aumento na ventilação minuto pela produção de CO2 durante o esforço, que seria justificado por um aumento da quimiosensibilidade central ou por respiração disfuncional. Não se sabe ainda porque uma parcela dos pacientes persiste com sintomas crônicos e porque a cronificação dos sintomas não necessariamente se correlaciona com a gravidade da infecção aguda. Assim, dada a heterogeneidade da apresentação clínica, entre as principais sequelas pós-COVID-19, destaca-se o comprometimento funcional pulmonar, sendo um dos principais agravantes da doença, causando no sujeito uma deficiência na capacidade cardiorrespiratória, além das demais complicações em seu condicionamento físico, ressaltando que a evolução das condições físicas dos pacientes graves tem sido muita lenta.
Conclusão
O presente estudo avaliou que existe uma redução da capacidade aeróbica, após diagnóstico de COVID-19 em aproximadamente 20% dos pacientes avaliados. Assim, considerando-se a gama de manifestações sistêmicas da fase aguda da infecção por COVID-19, seria simplista de nossa parte considerar que todos os sintomas crônicos da síndrome da COVID-19 longa são responsáveis pelo descondicionamento físico.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
UNIFAA - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Gabriela Moreira Paladino, Gabryella Tuczynski, Pedro Rocha Carmo Polonio, Gabriel Carvalho Claudino, Maria Paula Cezar Castro, Leandro Raider