Dados do Trabalho
Título
Barreiras à prática de atividade física para pacientes com hipertensão arterial e diabetes mellitus na atenção primária à saúde
Introdução e Objetivo
O tratamento não farmacológico é pedra angular para o bom controle da hipertensão arterial sistêmica (HAS) e do diabetes mellitus (DM). Entre as medidas não farmacológicas, a atividade física é essencial, porém diversas barreiras a sua prática se impõem, o que dificulta a sua efetiva implementação na atenção primária à saúde (APS). O objetivo desse estudo é explorar a percepção de pacientes com HAS e DM quanto às barreiras à prática de atividade física.
Casuística e Método
Estudo transversal, que incluiu pacientes com HAS e DM em acompanhamento na APS em 5 municípios, em região com recursos escassos em Minas Gerais. Foi aplicado questionário estruturado, durante “feiras de saúde”, mutirões para avaliação de dados antropométricos e pressão arterial. Pesquisadores treinados selecionaram aleatoriamente os participantes, e aplicaram questionário estruturado, desenvolvido para o propósito do estudo.
Resultados
Foram incluídos 44 pacientes (idade mediana 62 anos, 60%mulheres). Destes, 56,8% apresentavam exclusivamente HAS e 13,6% apresentavam DM e 29,5% apresentavam ambos. Sete pacientes não sabiam ler (15,9%) e 56,8% tinham ensino fundamental incompleto. No que tange a dificuldade para prática de exercícios físicos, a maior parte referiu não ter impedimentos (27,3%). O restante referiu as seguintes dificuldades: problemas de saúde física (31,8%), mesmo sem orientação médica quanto a essa proibição; falta de motivação e/ou preguiça (36,4%); dificuldade de acesso a locais de prática esportiva (4,5%).
Discussão
Foi possível observar baixo nível educacional nessa amostra de pacientes com HAS e DM na APS. Em relação às barreiras, quase um terço dos participantes assumiu que não poderia realizar atividades físicas, mesmo sem orientação médica quanto ao contrário. Estratégias de mudanças de hábitos de vida, que foquem na motivação, serão muito importantes. Na próxima etapa do projeto, isso será abordado com a estratégia de grupos de atividade física, usando o Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento.
Conclusão
O estudo levantou barreiras importantes relacionadas à prática de atividade física em pacientes com HAS e DM na APS de municípios com recursos escassos. Esse conhecimento é importante para o delineamento de medidas de intervenção mais direcionadas.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil
Autores
Milena Soriano Marcolino, Victor S Chagas, Caroline L Amorim, João M L Gonçalves, Laryssa R Coelho, Maria Augusta M Correa