34º Congresso Brasileiro de Medicina do Exercício e do Esporte e Simpósio Pan-Americano de Medicina do Esporte

Dados do Trabalho


Título

REDUÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 E EFEITOS DO RETREINAMENTO EM IDOSAS – ANÁLISE DE 48 MESES DE INTERVENÇÃO

Introdução e Objetivo

Desde o início da pandemia do COVID-19, foram implementados diversos tipos bloqueios sanitários ao redor do mundo. Embora estas medidas sejam eficazes contra a disseminação de infecções, também pode diminuir a participação da população em práticas de exercícios. Especialmente em idosas, o destreinamento pode ter consequências prejudiciais. Portanto, o presente trabalho avaliou o efeito de um programa de retreinamento multicomponente na capacidade funcional de idosas após um período de destreinamento durante a pandemia de COVID-19.

Casuística e Método

Para isso, 18 idosas com idade média de 75±2 anos, fisicamente independentes de acordo com a escala de Katz e sedentárias de acordo com o IPAQ, foram acompanhadas durante 48 meses. O programa de exercícios multicomponentes incluiu treinamento aeróbio, treinamento resistido e treinamento de equilíbrio e flexibilidade, foi adaptado à capacidade do participante, aumentando gradualmente a intensidade de moderada a alta. As sessões tinham 60 minutos de duração e ocorreram 3 dias por semana e foram realizadas por 24 meses pré-pandemia. O destreinamento ocorreu durante a pandemia de COVID-19 e teve duração de 18 meses. O retreinamento teve duração de 6 meses. . Para avaliação da capacidade funcional das voluntárias, foi utilizado o Senior Fitness Test. Esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo CEP (CAAE:40800120.1.0000.8407). As comparações múltiplas dos resultados foram realizadas por análise de variância seguida pelo teste de Dunnett’s. Em todos os casos, o nível de significância adotado foi de p<0,05.

Resultados

Os resultados evidenciaram que 18 meses de destreinamento causados pela pandemia de COVID-19 reduziram em 58,4% e 290%, a flexibilidade de membros inferiores e superiores, respectivamente e, o retorno aos treinamentos proporcionou um reganho de 33% e 58,5%. A potência de membros inferiores e superiores também foi prejudicada com a interrupção dos exercícios, os resultados demonstraram redução, respectivamente, de 23,4% e 28,8% e, novamente, o retreinamento produziu ganhos de 19,7% e 23,5%. O equilíbrio dinâmico e agilidade foram afetados em 22,9% e, após o retreinamento, apresentou melhora de 16,4%.

Discussão

Em conjunto, os resultados sugerem que, em idosas, o treinamento multicomponente foi eficaz para melhorar as capacidades neuromusculares. Além disso, o destreinamento diminuiu a capacidade funcional e, por fim, o retreinamento foi capaz de recuperar a flexibilidade, potência de membros superiores e inferiores e o tempo de reação em até 12 semanas.

Conclusão

Diante disso, é recomendável que o treinamento multicomponente em idosas deve ser feito sem interrupção, pois o destreinamento afeta as capacidades funcionais e prejudica a qualidade de vida. Porém, o retreinamento é eficaz para recuperar os níveis de treinamento anteriores caso uma interrupção das atividades seja necessária.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Instituto Hope - Saúde e Qualidade de Vida - São Paulo - Brasil, Unimed Araçatuba - São Paulo - Brasil

Autores

Felipe Zar Ramos, Yan Alfena De Matos, Mauro Gaide Júnior., Rodrigo Protte Pedro, Rodrigo Detone Gonçalves, Wagner Garcez de Mello