Dados do Trabalho


Título

Doping: Entre a Busca por Desempenho e os Riscos à Saúde

Introdução e Objetivo

O doping promove discussões em âmbitos legais e médicos. O uso de substâncias para melhorar o desempenho torna o mérito de determinada prática esportiva duvidoso e também pode ameaçar a saúde dos atletas. Assim, observa-se que na Grécia Antiga já existia tal prática e que ao final do século XIX e início do século XX o tema recebeu notoriedade, principalmente na prática do ciclismo. No entanto, somente na década de 1960 o tema ganhou regulamentações esportivas para reduzir danos e garantir a ética esportiva. Salienta-se que o objetivo deste resumo é fazer uma revisão para discutir aspectos biopsicossociais e éticos do doping dentro da Medicina do Exercício e do Esporte.

Casuística e Método

As buscas foram realizadas nas plataformas Scielo, Pubmed e Google Scholar. Os termos indexados “doping”, “Doping in Sports”, “Sports Medicine” foram associados e filtrados a partir do que foi produzido nos últimos 5 anos. Os trabalhos encontrados receberam seleção a partir da relevância de cada um frente ao tema.

Palavras-Chave: doping, athletes, PES, ethics e sports

Resultados

O doping tem seus primórdios juntamente com a origem do esporte, nas olimpíadas gregas da Grécia Antiga. Nesse período, tanto os atletas que competiam nas olimpíadas quanto os gladiadores romanos faziam uso de vinhos, chás de ervas e cogumelos com o objetivo de melhorar suas performances. O avanço na farmacologia acarretou numa enorme evolução nos métodos de doping utilizados pelos atletas, sendo os principais os esteroides anabolizantes androgênicos (EAAs), a creatina, o GH, as anfetaminas e estimulantes, a eritropoietina, os betabloqueadores e o doping genético. Os esportes mais acometidos são o atletismo competitivo, o fisiculturismo e os esportes recreativos. Nesse nexo, a avaliação psicológica desses indivíduos se torna válida, visto que buscam uma elevação de performance imediatista, ao pensarem apenas em sua imagem corporal, ignorando todos os aspectos negativos dessa prática.

Discussão

Levando isso em consideração, em 2021, a WADA criou uma cartilha sobre educação no esporte, de maneira a conscientizar os atletas sobre a responsabilidade que eles têm sobre o que colocam em seus corpos. Existem estudos que levantam a hipótese de que doses suprafisiológicas dos esteróides anabolizantes para aumento de massa muscular e maior capacidade aeróbia podem levar à dependência, por propriedades mioativas e psíquicas. Ademais, a literatura reforça a detecção do doping, mas não suas implicações e malefícios para o organismo de seus usuários. O corpo humano tem seus sistemas completamente interligados e, por isso, um desequilíbrio num recurso afeta a homeostase, assim, o doping sobrecarrega o coração, os rins, o fígado e até mesmo fatores sanguíneos, como a coagulação. Sendo assim, é necessária a análise dos danos a longo prazo causados pelo abuso dos esteróides anabolizantes androgênicos. A dislipidemia pode afetar usuários de substâncias ergogênicas, visto que estas diminuem a quantidade de HDL e aumentam os níveis de LDL, o que eleva a concentração de colesterol nesses indivíduos, amplifica as chances de obstrução de artérias e pode causar doenças cardiovasculares. Como exemplo dessas enfermidades causadas pela doença crônica não tratável (DCNT), pode-se citar o acidente vascular encefálico (AVE), o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o tromboembolismo pulmonar (TEP). Outra alteração considerável nos usuários de EAAs é a ampliação da atividade nervosa simpática, que ocorre devido ao aumento da pressão arterial e à diminuição do controle barorreflexo da frequência cardíaca, que eleva o risco de eventos fisiológicos agudos que podem levar à morte súbita.

Conclusão

É grande a relevância do doping nos esportes, visto que interfere com o bem-estar físico e mental do atleta e com o espírito do esporte. Portanto, é de suma importância a intensificação de discussões sobre o doping, para que a ética no esporte seja reforçada e com o objetivo de que seus perigos sejam atenuados.

Área

Medicina do Esporte

Autores

Gabrielle Rodrigues Caixeta, Matheus Alves Freitas, Renato Ventura, Eduardo Watanabe Castanheira