Dados do Trabalho
Título
Avaliação do Exame Físico Ortopédico em Atletas da Categoria de Base em um Núcleo Esportivo
Introdução e Objetivo
O esporte é uma prática que constrói disciplina, esforço e determinação em atletas jovens quando utilizado para educar, além de fomentar saúde para os esportistas. No entanto, a realização de treinamentos sem um acompanhamento adequado e o senso de competitividade leva a um ambiente danoso para a saúde mental e para o físico das atletas, pela falsa perspectiva da necessidade de treinar além do fisiológico. Nesse sentido, no vôlei, essa ocorrência leva a danos em diversos grupamentos musculotendíneos, pelo uso excessivo e despreparo para um esforço exacerbado pelos jovens. Dessa forma, as manifestações desses distúrbios e lesões, ocorrem, principalmente, no complexo articular do ombro, no joelho e no tornozelo, por essa atividade envolver movimentos rápidos e explosivos dessas articulações.
Casuística e Método
Foi realizado, em uma amostra média de 20 meninas, em uma faixa etária de 11 a 17 anos, exame físico voltado para os principais grupamentos lesionados. Nesse sentido, foram utilizados os testes de Gerber, Neer, Zaslav, Jobe, Hawking-Kennedy e Biceps-loud, além de avaliar a amplitude nos movimentos de flexão, extensão, elevação e rotação do complexo articular do ombro. Ademais, a amplitude da coluna lombar também foi visualizada em lateralidade, flexão, extensão e rotação, somada ao teste de Adams para escoliose. Já no joelho e no tornozelo, foi realizada a palpação dos tendões quadricipital, da pata de ganso, do bíceps femoral, ligamento talocrural anterior e posterior, e do quinto metacarpo e tuberosidade do navicular.
Resultados
Ao exame físico, 61,9% das atletas possuíram alguma alteração, sendo o membro mais afetado o ombro (42,3%), seguido do joelho (23,1%), lombar (19,2%) e, o tornozelo (15,4%). Na articulação do ombro, a principal alteração foi no teste de Jobe (18,8%), o qual testa a integridade do tendão do músculo supraespinhoso, junto à rotação externa (18,8%), na qual envolve, também, esse músculo, associado ao teste de Neer (18,8%) que também avalia essa estrutura. Outras alterações nessa articulação foram no movimento de extensão (12,5%), seguida do Bíceps Loud, Gerber, Elevação, Palpação do supraespinhoso e da cabeça do úmero (6,3%). Além disso, durante o teste de Adams, verificou-se a presença de 1 giba torácica, sugestiva de escoliose. Na palpação do joelho, verificou-se dor ou incômodo na palpação do tendão quadricipital em 2 atletas na porção superior e em 1 atleta na porção inferior; na palpação dos isquiotibiais houve o mesmo relato para 1 atleta. No tornozelo, houve dor ou incômodo na palpação do ligamento colateral medial esquerdo, direito e tuberosidade navicular em apenas 1 atleta para cada segmento.
Discussão
A avaliação da função muscular dos atletas, portanto, sugere que o principal grupamento estrutural de um jogador de voleibol é o manguito rotador e o principal músculo afetado da pesquisa foi o supraespinhoso. No entanto, não se pode desprezar outros achados, como possíveis comprometimentos da cabeça longa do biceps braqueal e do músculo infraespinhal. Além disso, as demais avaliações podem demonstrar outras estruturas afetadas, como teste de Adams sugestivo para escoliose, a inclinação lateral dolorosa sugestiva de herniações de disco, dor no tendão patelar sugestivo de tendinite patelar, e a palpação dolorosa do tornozelo sugere entorses prévias. Dessa forma, o esporte é uma prática fundamental para a saúde geral das desportistas, mas deve-se avaliar seu equilíbrio pleno, a fim de não afetar seu estado físico cronicamente.
Conclusão
Portanto, embora o esporte desempenhe um papel essencial no desenvolvimento físico e mental de atletas jovens, a prática esportiva sem um monitoramento adequado pode resultar em lesões significativas em atletas de voleibol. Este estudo destaca a prevalência de lesões musculares, bem como a importância de protocolos de treinamento apropriados para prevenir distúrbios crônicos.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Universidade Iguaçu - UNIG - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Vinícius Lavier Cancela Netto, Giulia Farroco Ribeiro, Ludmyla Luz Feitosa, Thayanne Franco Dias, Ludmyla Luz Feitosa, Amanda Ferreira Maia