Dados do Trabalho


Título

Prevalência de lesões em jogadoras de voleibol na categoria de base em um núcleo esportivo

Introdução e Objetivo

O esporte é a prática de qualquer atividade, fora do nível basal, associado a um conjunto de normas e regras, o que torna prazeroso para os praticantes, sendo, assim, um fator positivo para qualidade de vida. O exercício do esporte é altamente presente na população mais nova, o que fomenta a existência de diversos clubes e núcleos de treinamento para o lazer e, também, para a capacitação do atleta desde a infância e juventude. No entanto, os riscos da prática esportiva não podem ser desprezados, principalmente, visto que a ocorrência de lesões desde a categoria infanto-juvenil pode ocasionar na cronicidade desses distúrbios musculoesqueléticos. Dessa forma, o voleibol é um esporte no qual utiliza de movimentos de explosão seguidos de descanso entre os pontos realizados, o que caracteriza em um exercício aeróbico e anaérobico. A utilização dos membros inferiores (MMII) para o salto e dos membros superiores (MMSS) para o movimento de toque, manchete e ataque em demasia faz com que o risco para lesionar esses grupamentos musculares. Portanto, esse estudo visa o rastreio de condições danosas para esses atletas na categoria de base.

Casuística e Método

Esse estudo se baseia em uma metodologia transversal, na qual fora utilizado o Questionário de Prontidão para o Esporte com Foco nas Lesões Musculoesqueléticas (MIR-Q) como base, associado a uma anamnese corrida. Foi aplicado por examinadores para uma amostra de 21 atletas em um único núcleo esportivo na Baixada Fluminense. A população alvo era de desportistas de vôlei, as quais treinavam, no mínimo, 3 vezes por semana, mas a média foi de 5 vezes, e que já competiam ativamente pelo clube. Os critérios para inclusão foram a idade entre 11 e 17 anos, ser mulher e a frequência de treino superior ou igual a 3 por semana. Os critérios de exclusão considerados foram ser homem, ter uma idade inferior a 11 anos e superior a 17 anos e ter uma frequência de treinos inferior a 3 por semana. Além disso, a análise de dados fora realizada de forma manual, visto a pequena amostra populacional.

Resultados

As atletas entrevistadas tinham em média 13,78 anos, sendo que a moda das idades foi de 13 anos, a idade máxima de 16 e a idade mínima de 11 anos. Em relação ao MIR-Q, 70% das atletas relataram a apresentação de dores durante os jogos, 80% não apresentaram alterações nas articulações, 60% não apresentaram sinais flogísticos no corpo decorrente dos treinos e jogos, no entanto, 70% tem apresentado alterações no humor, hábito alimentar ou sono nos últimos 6 meses e 25% tem percebido queda no rendimento. A queixa das atletas foi de dor na região articular do ombro e no manguito rotador, com uma prevalência de 23,5%, seguido pelo joelho, tornozelo e coluna, todos com 17,6% de prevalência, outras queixas também foram na coxa (5,9%), dedos da mão (11,8%) e de cãibras (5,9%).

Discussão

A presença de lesões no complexo articular do ombro evidencia a grande fragilidade dessa articulação, mas, também pode denotar a falta de um preparo muscular condizente com a intensidade da prática, a falta de um aquecimento e alongamento adequado ou a prática excessiva sem o descanso necessário para o grupamento musculotendíneo. Essas hipóteses também se adequam às outras queixas, o que é preocupante pela idade das atletas entrevistadas. Para além das lesões, as alterações psíquicas nos questionários sugerem que a performance nos jogos tem afetado o humor e os hábitos de vida, o que demonstra o grande senso de autocobrança das atletas.

Conclusão

Portanto, as lesões musculoesqueléticas e as alterações psíquicas apresentam alta prevalência em atletas na categoria de base, especialmente em jovens jogadoras de voleibol. Destaca-se a necessidade de uma abordagem multidisciplinar precoce para a prevenção e o manejo dessas condições, incluindo programas de fortalecimento muscular adequados, estratégias de aquecimento e alongamento, e suporte psicológico.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Universidade Iguaçu - UNIG - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Vinícius Lavier Cancela Netto, Giulia Ribeiro Farroco, Laura Da Rocha Silveira, Gabriela Francisco Mendes, João Victor Almeida Da Costa, Amanda Ferreira Maia