Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS LESÕES MAIS FREQUENTES NO FUTEBOL PROFISSIONAL FEMININO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Introdução e Objetivo

O objetivo deste estudo é compilar, avaliar e sintetizar os dados epidemiológicos disponíveis sobre as lesões no futebol feminino, com a finalidade de oferecer uma visão integrada dos padrões lesionais predominantes. Esta revisão pretende, portanto, não apenas enriquecer o conhecimento acadêmico e prático sobre a epidemiologia das lesões no futebol feminino profissional, mas também servir de base para a formulação de recomendações direcionadas à prevenção e ao tratamento das condições lesivas mais comuns.

Casuística e Método

Esta revisão sistemática foi elaborada de acordo com as diretrizes da declaração Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). O estudo consistiu na pesquisa de artigos publicados entre os anos de 2024 à 2020, sem restrição para idioma, com uso dos das palavras-chave "Injury", "Female", "Soccer" e "Epidemiology", nas plataformas científicas Scielo, Pubmed e Google Scholar. Foram selecionados 30 estudos, sendo critério de exclusão os temas que não foram compatíveis com a proposta e estudos que não abordaram exclusivamente o sexo feminino no esporte.

Resultados

Os resultados encontrados foram que as 10 lesões mais frequentes no futebol profissional feminino são: Entorse de tornozelo; Lesão do Ligamento Cruzado Anterior; Lesões de Posterior da Coxa; Contusões por colisões ou impactos; Lesões de Menisco; Fraturas por Estresse; Lesão no Tendão de Aquiles; Lesão do Ligamento Colateral Medial; Lesão na Articulação Sacroilíaca, Lesões na Musculatura do Quadril ou no Labrum.

Discussão

As lesões mais comuns no futebol feminino apresentam variados padrões e fatores de risco. Entre elas, destacam-se:
1. Entorses de tornozelo: Representam de 15% a 20% dos casos, geralmente ocorrendo durante mudanças rápidas de direção ou aterrissagens. Jogadoras com histórico de entorses têm maior risco de novas lesões devido à instabilidade crônica e superfícies irregulares.
2. Lesões do Ligamento Cruzado Anterior (LCA): Ocorrem de 2 a 4 vezes mais frequentemente no futebol feminino do que no masculino, especialmente em jogadoras de 18 a 25 anos. Fatores de risco incluem ângulo Q aumentado, aterrissagem com joelhos em valgo, flutuações hormonais e fraqueza nos isquiotibiais.
3. Lesões no posterior da coxa: Representam cerca de 10% a 15% das lesões e são comuns em jogadoras de 16 a 21 anos. O desbalanceamento entre quadríceps e isquiotibiais e a fadiga muscular são fatores importantes.
4. Contusões: Correspondem a cerca de 10% das lesões, ocorrendo devido a impactos diretos ou colisões, e são igualmente distribuídas entre todas as idades.
5. Lesões meniscais: Representam cerca de 8% das lesões, prevalentes entre jogadoras de 20 a 28 anos, especialmente com movimentos de rotação e alta carga no joelho.
6. Fraturas por estresse: Correspondem a cerca de 5% das lesões e são mais comuns em jogadoras de 18 a 30 anos, particularmente com baixa densidade mineral óssea e aumento abrupto na intensidade do treinamento.
7. Lesões no tendão de Aquiles: Representam cerca de 5% das lesões, prevalentes entre jogadoras de 25 a 35 anos, associadas a sobrecarga repetitiva e problemas biomecânicos como pés planos.
8. Lesões do Ligamento Colateral Medial (LCM): Correspondem a cerca de 4% das lesões, mais comuns em jogadoras de 20 a 30 anos, associadas a movimentos de torção do joelho e impactos laterais.
9. Lesões na articulação sacroilíaca: Representam cerca de 3% das lesões, afetando principalmente jogadoras de 25 a 35 anos, devido a desgaste e movimentos repetitivos.
10. Lesões no quadril e na virilha: Representam aproximadamente 2% das lesões e são mais comuns em jogadoras de 18 a 30 anos, associadas a desequilíbrios musculares e estiramentos excessivos.

Conclusão

Esses padrões destacam a necessidade de estratégias específicas de prevenção e tratamento, de acordo com idade, histórico prévio de lesão e, indubitavelmente, considerar as particularidades anatômicas, fisiológicas e metabólicas do corpo feminino.