Dados do Trabalho

Título

Exercício físico como terapia complementar no manejo de sintomas de Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

Introdução e Objetivo

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um distúrbio psiquiátrico que acomete o desenvolvimento neurológico, com prevalência global de 5,29% a 7,2% afetando majoritariamente crianças e adolescentes. Esse transtorno é caracterizado por três sintomas principais: desatenção, hiperatividade e impulsividade que resultam em comprometimento cognitivos como percepção de tempo, controle inibitório e memória, com repercussão no comportamento, emoções e funções executivas (FEs) que influenciam na sua habilidade acadêmica e social.
A farmacoterapia é o manejo primário do tratamento para TDAH, associada com terapia comportamental e psicológica que são fundamentais para o progresso do tratamento. No entanto, pesquisas indicam que por volta de um terço das crianças não respondem ou respondem parcialmente à medicação. Dessa forma, os impactos positivos na saúde mental, coordenação motora e cognitiva da prática de atividade física como tratamento complementar para crianças e adolescentes portadores de TDAH, ganhou a atenção de pesquisadores. Realizamos uma revisão de literatura com o objetivo de identificar se o exercício físico pode ser um tratamento complementar do TDAH e quais seus benefícios aos pacientes.

Casuística e Método

Foi realizada uma revisão de literatura, usando o banco de dados PubMed com os descritores “Physical Exercise” e “Attention Deficit Hyperactivity Disorder”, e foram encontrados 561 resultados. Aplicou-se o filtro de apenas textos completos e gratuitos, artigos tipo meta-análises, ensaio clínico e ensaio clínico randomizamos e estudos publicados entre os anos 2019-2024, assim obtivemos 21 resultados. Após uma análise crítica dos artigos encontrados, 2 artigos não foram relevantes ao tema e excluídos, então somente 19 estudos foram selecionados e contribuíram para o desenvolvimento do trabalho.

Resultados

Dos 19 estudos encontrados por meio da busca de dados, todos identificaram que o aumento da prática de atividade física contribui para a redução na severidade dos sintomas e melhora a funções executivas em crianças com TDAH. Ademais, em 11 estudos desses estudos, foi demonstrado que a intervenção de exercício físico foi significativamente eficaz para o alívio dos sintomas de desatenção e hiperatividade/impulsividade em crianças com TDAH. Em outros 8 estudos, foi atestada a eficácia da redução da gravidade global dos sintomas de depressão, ansiedade e na melhoria da qualidade do sono.

Discussão

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurológica que se manifesta por dois tipos principais de sintomas. O primeiro sendo a desatenção, o mais característico e fundamental para o diagnóstico, as crianças com TDAH são definidas por desequilíbrios na estabilidade, seletividade e concentração da atenção. O segundo tipo de sintoma é a hiperatividade e impulsividade que regularmente se manifesta no TDAH, significa uma maior atividade da criança em comparação com desenvolvimento típico, onde é mais evidenciado em situações em que demandam ordem.
O exercício físico contribui com um estímulo endógeno que desencadeia mudanças na capacidade neurológica, resultando em uma melhora do sistema de neurotransmissores, aumentando os níveis de dopamina e norepinefrina, que são similares aos medicamentos aliviando as manifestações do TDAH. Assim é descrito como um tratamento complementar não farmacológico para o TDAH, os resultados da pesquisa sugerem um efeito significativo na redução dos sintomas gerais desse transtorno, porém existem controvérsias sobre quais sintomas são de fato amenizados entre os estudos.

Conclusão

Portanto, conclui-se que a intervenção de exercício físico pode efetivamente beneficiar, sem efeitos colaterais, o tratamento de crianças e adolescentes com TDAH. Observando uma melhora dos sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade e majoritariamente um avanço das habilidades motoras e FEs.