Dados do Trabalho
Título
Utilização do enxerto do tendão patelar para a reconstrução do ligamento cruzado anterior: Revisão Sistemática
Introdução e Objetivo
A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) é uma lesão comum na população mas que afeta comumente indivíduos praticantes de esportes. A reconstrução cirúrgica é fundamental para tratamento desse estado, mesmo que não estabeleça totalmente a estrutura inerente do LCA assim como a sua função. A escolha do enxerto deve considerar diferentes fatores, como as propriedades do enxerto, as características e as perspectivas de cada paciente.
O objetivo do presente estudo é avaliar a eficácia e segurança do tratamento padrão ouro para reconstrução do ligamento cruzado anterior, que é o uso do enxerto do tendão patelar.
Casuística e Método
Trata-se de uma revisão sistemática, baseada na análise de artigos científicos das plataformas: Revista Brasileira de Ortopedia, RSD Journal, Journal of Medical Residency Review, International Journal of Health Management Review e repositório UFMG. Os descritores utilizados foram Reconstrução Ligamento Cruzado Anterior, Autoenxertos LCA e Tendão Patelar. No total, foram selecionados 5 artigos para análise.
Resultados
A ruptura do LCA é muito frequente, com mais de 100 mil lesões/ano. A cirurgia de reconstrução do LCA com enxerto autólogo do tendão patelar (TP) é o tratamento cirúrgico padrão-ouro. Comparado a outras abordagens, o TP se destaca por sua maior resistência, qualidade superior de fixação, facilidade na obtenção do material, bom potencial de cicatrização, durabilidade na estabilidade e maior índice de retorno à prática esportiva, além de possibilitar uma reabilitação mais rápida e intensa. Além disso, os benefícios da cirurgia incluem a redução do risco de novas lesões do joelho, melhora da função articular e prevenção de danos adicionais ao menisco e à cartilagem articular. Em contrapartida, existem complicações significativas a serem consideradas, como a dor persistente no local doador, redução da força do joelho, entre outros. Em relação à força muscular, a maioria dos pacientes que passaram pelo TP demonstrou déficit para movimentos de extensão. A adesão rigorosa à reabilitação pós-operatória está associada a resultados funcionais superiores e um retorno mais seguro às práticas esportivas. Ademais, a fisioterapia ajuda a minimizar as complicações pós-operatórias.
Discussão
Observou-se que as definições quanto ao reparo do LCA do joelho mudaram significativamente, especialmente na escolha do enxerto. Ao selecionar um enxerto para uma reconstrução do LCA devemos levar em consideração uma série de fatores, incluindo idade, nível de atividade, lesões prévias, entre outros. Logo, pode-se constatar que pacientes com enxerto de TP demonstraram maior déficit de força extensora, já pacientes com enxerto de flexores, possuem déficit de força flexora. Porém, foi evidenciado reduções na força dos músculos posteriores da coxa e menor força de flexão do joelho, necessitando de um protocolo de reabilitação mais lento e concentrado no fortalecimento dos isquiotibiais, comparado à reabilitação mais precoce e intensa do enxerto do TP, o enxerto de flexores apresentou esta desvantagem. Em relação à dor, foi visto que pacientes do grupo TP sentem mais incômodo nos primeiros meses logo após a cirurgia, mas que não houve diferença a longo prazo da satisfação do paciente em relação à dor no joelho.
Conclusão
A técnica mais recomendada é o autoenxerto do TP combinado com um protocolo de reabilitação eficiente, para evitar déficit na força extensora. De acordo com os artigos estudados, essa técnica é indicada para atletas que querem dar segmento com treinos de alto rendimento. Com o tempo, o membro geralmente se estabiliza e a funcionalidade é restaurada, permitindo a retomada das atividades diárias e do exercício físico. Por outro lado, a técnica pode estar associada a complicações como ruptura do enxerto, dor anterior no joelho, e dificuldades relacionadas a atividades que envolvem o ajoelhamento ou permanência nessa posição.
Área
Medicina do Esporte
Autores
Marianna Lerner Naslauski, Gabriella Borges Sidião, Stephanie Zarlotim Jorge, Djulia de Gois Alves Pereira, Jennifer Nayelli Moreira Cassemiro, Éric Edmur Camargo Arruda