Dados do Trabalho


Título

Potencialização das Fibras Musculares Tipo 2 para Melhoria da Agilidade e Prevenção de Quedas

Introdução e Objetivo

As quedas e a diminuição da agilidade são um problema significativo de saúde pública entre os idosos, devido à sua alta incidência e às consequências graves que podem resultar, como fraturas, hospitalizações e até mesmo morte. Assim, é emergente a implementação de formas de prevenção. Dessa forma, é necessário avaliar como o exercício físico influencia no ganho de força da população idosa, através da potencialização das fibras musculares tipo 2, que são fibras de contração rápida.
O objetivo do estudo é investigar como o treinamento de força em idosos potencializa as fibras musculares do tipo 2 com a finalidade de melhorar a agilidade e prevenir quedas

Casuística e Método

Esta revisão sistemática analisou a eficácia do treinamento de força em idosos, com foco na potencialização das fibras musculares tipo 2 para melhorar a agilidade e prevenir quedas. A pesquisa foi realizada nas bases PubMed, Scopus e SciELO, utilizando descritores como "strength training", "type 2 muscle fibers" e "fall prevention". Dos 642 resultados encontrados, 5 estudos foram incluídos na análise final. Foram considerados ensaios clínicos randomizados e revisões dos últimos 10 anos que investigavam o impacto do fortalecimento das fibras tipo 2 em idosos. Excluíram-se estudos com amostras pequenas ou metodologia inadequada. A análise focou em melhorias funcionais e na redução de quedas.

Resultados

A perda das fibras do tipo II chegam a 75% no envelhecimento, gerando perda da potência muscular. Estudo aponta que treinamento de força proporcionou um aumento na força muscular dos participantes, obtendo-se ganhos médios de 68% na força máxima e 48% na taxa de desenvolvimento da força. Fora isso, 85% dos participantes aderiram ao programa, ou seja, uma altíssima aceitação. Ocorreu um aumento de 41% no tamanho das fibras musculares do Tipo 2 e uma ganho de 32% na proporção dessas fibras em relação ao total de fibras. Em 9 meses, a pontuação média de risco de quedas caiu de 1,695 para 1,463, uma redução significativa de 13,7%. Em relação à faixa etária, indivíduos entre 70 e 79 anos apresentaram um aumento de 35% na proporção de fibras musculares tipo II e 72% na força muscular, enquanto os participantes com 80 anos ou mais obtiveram ganhos de 25% e 58%, respectivamente. Esses dados evidenciam que os benefícios do treinamento abrange toda a população idosa das diversas faixas etárias.

Discussão

Os resultados do presente estudo mostram como o aumento nas fibras musculares tipo II e a força muscular se relacionam com a melhora da agilidade e a redução do risco de quedas, o achado corrobora com outros estudos, que pode confirmar a eficácia do treinamento de força para aumentar a potência muscular e reduzir o risco de quedas. A análise em diferentes idades revela que o treinamento é benéfico em todas as faixas etárias, embora tenha variações. A elevada taxa de adesão ao programa indica boa aceitação e eficácia, porém é importante levar em consideração as limitações do estudo, como o tamanho da amostra e a duração da intervenção.

Conclusão

Os resultados indicam que o treinamento de força focado na ativação das fibras musculares tipo 2 tem um impacto positivo na agilidade e na redução de quedas entre os idosos. Esse tipo de exercício mostrou-se eficaz em diversas faixas etárias, com ganhos expressivos de força e proporção de fibras tipo 2. Além disso, a adesão elevada ao programa reforça a viabilidade da sua aplicação em larga escala, sugerindo que a intervenção pode ser uma estratégia eficaz de prevenção. No entanto, é necessário considerar as limitações do estudo, como o tamanho da amostra e o período de intervenção, e encorajar pesquisas futuras que possam explorar esses fatores de forma mais aprofundada.

Área

Medicina do Esporte

Autores

Marianna Lerner Naslauski, Stephanie Zarlotim Jorge, Hugo Cordeiro da Silva, Daniela Hajjar Larroude, Rodrigo Machado Saúl, Rafael Figueiredo Jorge