Dados do Trabalho
Título
Análise das evidências científicas sobre a relação entre o exercício físico e a Doença Renal Crônica
Introdução e Objetivo
Estima-se que, globalmente, a incidência de Doença Renal Crônica (DRC) seja de 8 a 10%. No Brasil, o Ministério da Saúde aponta que cerca de 10% da população brasileira é afetada pela DRC, com uma taxa de mortalidade entre 15% e 20% entre os pacientes que dependem de terapia dialítica, configurando um problema de saúde pública. Nesse contexto, medidas como a prática de exercício físico surgem como uma possibilidade para minimizar os efeitos negativos da doença.
O objetivo da presente revisão é analisar as evidências científicas sobre a relação entre a prática de exercício físico em pacientes com Doença Renal Crônica.
Casuística e Método
Trata-se de um estudo descritivo do tipo revisão sistemática, que seguiu a diretriz da Cochrane Brasil, licenciada pela plataforma Prospero. Para buscar as melhores evidências, os pesquisadores formularam a seguinte pergunta de pesquisa: “Qual a relação da prática de exercício físico com pacientes renais crônicos?”.Para respondê-la, foram consultadas as bases de dados PubMed, Scopus e The Cochrane Database, utilizando descritores em inglês, selecionados no Medical Subject Headings (MeSH): "chronic kidney disease", e "exercise". Inicialmente, através de uma busca pareada, os pesquisadores obtiveram uma amostra de 116 estudos. Após análise do fator de impacto das revistas, leitura dos títulos, resumos e avaliação metodológica dos estudos com base no Consensus-based Standards for the Selection of Health Status Measurement Instruments (COSMIN), a amostra final foi composta por 20 artigos.
Resultados
Os resultados apresentados pelos estudos evidenciaram que os exercícios físicos resultaram em melhorias significativas na capacidade física, força muscular e variabilidade da frequência cardíaca (15%, p < 0,05). Reduções no malondialdeído (25%, p < 0,01) e aumento da capacidade antioxidante (18%, p < 0,05) indicaram menor estresse oxidativo. Também houve redução de 30% nas arritmias (p < 0,01), além de diminuições na pressão arterial e sobrecarga renal.
Discussão
Pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) apresentam prejuízos funcionais e cardiorrespiratórios, sendo o exercício físico uma estratégia promissora para mitigar esses efeitos. Protocolos de exercício melhoram o volume máximo de oxigênio, a tolerância ao esforço e a ventilação em comparação à ausência de exercício. Além disso, a prática de exercício físico domiciliar supervisionado mostrou benefícios no desempenho funcional, densidade óssea e nos marcadores inflamatórios (PCR) e glicêmicos (HbA1c).
Conclusão
Evidencia-se que o exercício físico promove melhorias na função física, capacidade cardiorrespiratória, perfil inflamatório e redução do estresse oxidativo, resultando em uma melhor qualidade de vida para os pacientes.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil
Autores
Marco Antonio Carneiro Nicola, Vinicius de Oliveira Sousa, Amanda Martins, Camilla Rodrigues Pereira da Silva, Isabelle Carolina Agrella Braz , Laís Kuhin Muricy