Dados do Trabalho


Título

A atividade física como terapia para doenças crônicas: gestão de condições como osteoartrite, osteoporose e doenças cardiovasculares

Introdução e Objetivo

A atividade física desempenha um papel crucial no tratamento e manejo de doenças crônicas, como distúrbios cardiovasculares, osteoporose e osteoartrite, que afetam significativamente a qualidade de vida da população mundial e exigem acompanhamento e intervenções multidisciplinares contínuos. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão sistemática, por meio da análise de publicações na literatura, sobre o papel da atividade física no manejo de condições crônicas na atualidade.

Casuística e Método

As buscas foram realizadas nas plataformas Pubmed e Cochrane Library. Os filtros foram de acordo com o tema, data de publicação (últimos 5 anos) e relevância para o estudo. Foram utilizados os seguintes termos de indexação: physical activity; chronic disease; osteoarthritis; osteoporosis; cardiovascular diseases. Os principais dados obtidos foram descritos, objetivando a comparação e análise dos resultados. Foram adotadas as recomendações da declaração de Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Metanálises (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses, PRISMA).

Resultados

A pesquisa resultou em 21 artigos, publicados entre 2020 e 2024.

Discussão

Em relação a adultos com doenças cardiovasculares, a prática de exercícios físicos vigorosos mostrou-se mais benéfica para a saúde do coração do que os exercícios de intensidade moderada, com menor incidência de problemas cardiovasculares associada a qualquer um dos tipos de atividade, como recreativa, laboral ou doméstica. Esses efeitos protetores foram mais pronunciados entre os mais jovens e, para aqueles com mais de 60 anos, os efeitos negativos do sedentarismo pareceram mais evidentes.
Quanto aos paciente com osteoporose, as principais orientações incluíram a prática de exercícios de resistência e impacto para fortalecer os ossos, realização de atividades que melhorem a força e o equilíbrio para diminuir o risco de quedas e de exercícios que estendam a coluna vertebral para melhorar a postura e possivelmente reduzir o risco de fraturas vertebrais, evitando posturas com flexão excessiva da coluna. O exercício deve ser realizado com orientação especializada e visa reduzir a dor, melhorar a mobilidade e a qualidade de vida em pessoas em sintomáticos, buscando encorajar o retorno às atividades normais. A osteoporose pode ser tratada por diversos tipos de atividade física, como levantamento de peso, caminhada com colete de peso, corrida, subir escadas, natação e hidroginástica subaquática. Além disso, o aumento da atividade física pode melhorar a densidade mineral óssea e a massa óssea corporal, reduzindo o risco de osteoporose em crianças.
Já na incidência de osteoartrite (OA), todos os indivíduos diagnosticados com OA no joelho podem se beneficiar de programas de exercícios terrestres que incorporam técnicas corporais, com ainda mais vantagem no uso de terapia combinada de exercício e intervenção educacional. No entanto, o exercício aquático é mais apropriado para aqueles que apresentam hipersensibilidade à dor, depressão, condições cardiovasculares ou distúrbios gastrointestinais. Entre pessoas com OA de quadril ou joelho, a atividade física diminuiu a dor e melhorou a função física e a qualidade de vida relacionada à saúde.

Conclusão

As principais funções da atividade física no manejo das condições de osteoartrite, osteoporose e doenças cardiovasculares são: promover a saúde cardiovascular, especialmente através de exercícios vigorosos de qualquer tipo, atenuando os efeitos negativos do sedentarismo, especialmente em idosos; fortalecer os ossos e melhorar a densidade mineral óssea através de exercícios de resistência e impacto, reduzir o risco de quedas e fraturas vertebrais, melhorando a força, equilíbrio e postura, aliviar a dor, melhorar a mobilidade e a qualidade de vida; e melhorar a função física, principalmente quando combinada com intervenções educacionais.

Área

Medicina do Esporte

Autores

Kamila Rocha Ribeiro de Oliveira