Dados do Trabalho

Título

O Poder do Exercício físico na Melhora do Sistema Imune durante a Senescência

Introdução e Objetivo

A senescência, processo natural de envelhecimento, provoca diversas alterações fisiológicas, incluindo uma diminuição na eficiência do sistema imunológico, conhecida como imunossenescência. Esse fenômeno é caracterizado pelo "inflammaging", um desequilíbrio nas vias inflamatórias, resultando no aumento de substâncias pró-inflamatórias, como a interleucina 6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral α (TNFα). Além disso, há uma redução de linfócitos T virgens e uma menor capacidade de fagocitose pelos macrófagos, o que torna o organismo mais vulnerável a patógenos e infecções. Diante disso, o exercício físico regular tem sido associado a efeitos positivos na função imunológica durante o envelhecimento, ajudando a melhorar a qualidade de vida e aumentar a longevidade

Casuística e Método

Este estudo teve como objetivo revisar o impacto da atividade física, especialmente os exercícios aeróbicos e de resistência, sobre o sistema imunológico em idosos. Foi realizada uma revisão narrativa descritiva, com uma pesquisa não sistemática entre agosto e setembro de 2024, utilizando bases de dados como PubMed e Google Acadêmico. Foram analisados 14 estudos que abordavam a relação entre senescência, inflamação e exercício físico.

Resultados

A atividade física aeróbica demonstrou aumentar relação CD4/CD8, a migração de neutrófilos, fagocitose de macrófagos e citocinas anti-inflamatórias levando a uma melhora da resposta vacinal, além da diminuição de fenótipo senescente de células T e B e diminuição de TNFα em indivíduos idosos. Somado a isso, o exercício resistido diminuiu a quantidade de monócitos pró-inflamatório, células T senescentes, e aumentou a atividade de neutrófilos.

Discussão

A prática de exercícios físicos pode influenciar positivamente o equilíbrio imunológico, reduzindo o impacto da imunossenescência. Uma pesquisa observacional mostrou que idosos que praticam atividades aeróbicas regularmente apresentam uma relação CD4/CD8 mais equilibrada, sugerindo uma resposta imunológica mais eficiente. Também foi observado um aumento significativo de células T CD4 virgens em idosos corredores, em comparação aos sedentários. Isso indica que o exercício físico pode retardar o envelhecimento das células imunológicas, promovendo um perfil imunológico mais saudável. Em adição, o estudo de Bartlett, et al. (2018) demonstrou que o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) denota melhorias na migração de neutrófilos e redução de células T senescentes, enquanto exercícios de resistência revelaram uma diminuição de células T envelhecidas em mulheres idosas. Esses achados sugerem que a combinação de exercícios aeróbicos e resistidos pode otimizar a resposta imunológica, contribuindo para um sistema mais equilibrado e capaz de combater infecções. Sendo assim, além de influenciar o sistema imunológico adaptativo, o exercício físico também melhora a resposta do sistema imune inato. A atividade aeróbica estimula a liberação de IL-6, que regula a inflamação e inibe o TNF-α, ajudando a preservar a massa muscular e melhorar a resposta vacinal, especialmente na produção de anticorpos em idosos. Durante a prática de exercícios de intensidade moderada e vigorosa, há um aumento da atividade de macrófagos, células NK, neutrófilos e células T citotóxicas. Nesse contexto, o estudo conduzido por Weyh, et al. (2020) também mostraram que 12 semanas de exercícios resistidos em idosos reduziram os monócitos pró-inflamatórios e aumentaram as citocinas anti-inflamatórias, como IL-7 e IL-15, responsáveis pela estimulação de linfócitos. Houve uma diminuição significativa nos níveis de TNF-α, IL-6 e PCR, além de um aumento de IL-10, o que reforça o papel do exercício físico na redução da inflamação crônica.

Conclusão

Portanto, conclui-se que o exercício físico desempenha um papel crucial na melhora do sistema imunológico durante o envelhecimento, ajudando a combater a imunossenescência e a reduzir o risco de doenças crônicas.