Dados do Trabalho

Título

Avaliação de Lesão Muscular em Atleta de Futebol por Métodos de Imagem Integrados: Termografia Infravermelha, Ultrassonografia e Ressonância Magnética

Introdução e Objetivo

A integração de diferentes métodos de imagem (termografia infravermelha (TIV), ultrassonografia (US) e ressonância magnética (RM)) oferece uma abordagem inovadora para o diagnóstico e monitoramento de lesões musculares. Este estudo teve como objetivo avaliar uma lesão no bíceps femoral de um atleta profissional de futebol, utilizando a TIV, US e RM.

Casuística e Método

Estudo de caso com um atleta de futebol profissional, atacante, 24 anos. As avaliações ocorreram em dois momentos distintos com intervalo de 7 dias entre elas. Na primeira avaliação, o atleta chegou relatando dor durante movimento e treino na região posterior da coxa esquerda. Foi realizada TIV com uma câmera infravermelha FLIR E76® em repouso, pela manhã, em uma sala climatizada, para aclimatação de 15 minutos e captura da imagem termográfica das regiões de interesse (ROIs) dos membros inferiores. As imagens foram processadas pelo software ThermoHuman®. Complementarmente, foi realizada um exame físico com US com ultrassom portátil Sanosite Namomaxx® com transdutor linear multifrequencial modelo L38xi de 10 a 5 MHz e 9 cm de profundidade, que confirmou uma lesão crônica com rotura da porção longa do bíceps femoral esquerdo, com extensão de 3,4 cm. Diante desse diagnóstico, foi recomendada a realização de uma RM para maior detalhamento da lesão, e possível e intervenção com terapia com Plasma Rico em Plaquetas (PRP), que foi realizada no mesmo dia. Sete dias depois, ocorreu uma reavaliação com TIV e US.

Resultados

TIV apresentou uma assimetria térmica moderada na região do bíceps femoral esquerdo (+0,6°C), indicando possível processo inflamatório. US confirmou a presença de uma lesão crônica com rotura subtotal dos componentes muscular da porção longa do bíceps femoral esquerdo, com extensão aproximada de 3,0 cm. RM: Rotura subtotal dos componentes muscular e miotendíneo distais da porção longa do bíceps femoral, com edema muscular e mioaponeurótico nos terços médio e distal e retração de 3,4 cm. Após a intervenção com PRP, a TIV mostrou redução na assimetria térmica, enquanto a US confirmou a regeneração muscular e a ausência de novos sinais de lesão.

Discussão

A associação de diferentes modalidades de imagem no diagnóstico e no acompanhamento das lesões musculares oferece uma perspectiva abrangente sobre o processo de recuperação. A TIV, ao detectar variações térmicas, permite o monitoramento não invasivo de processos inflamatórios e é útil na identificação precoce de lesões, especialmente em contextos esportivos. Por outro lado, a US e a RM fornecem uma avaliação anatômica detalhada, sendo essenciais para confirmar a gravidade e a localização exata das lesões, assim como para verificar o progresso da cicatrização pós-intervenção. A redução da assimetria térmica detectada pela TIV, associada à confirmação de regeneração muscular pela US, indica que o PRP pode ter desempenhado um papel fundamental na diminuição do processo inflamatório e na regeneração tecidual.

Conclusão

A combinação de TIV, US, RM foi eficaz na identificação e monitoramento da lesão muscular, permitindo um acompanhamento preciso e eficaz, auxiliando no tratamento médico e fisioterapêutico, permitindo, assim, um retorno mais rápido, porém gradual e seguro do atleta ao jogo.

Projeto apoiado pelo Pró-Pesquisa CADESM/DECEx/EB, Poliscan Brasil®, ThermoHuman®.
Palavras-chave: termografia; ultrassonografia, imagem de difusão por ressonância magnética; futebol.