Dados do Trabalho
Título
Termografia Infravermelha e Ultrassonografia na Recuperação de Tendinite Patelar: Estudo de Caso com Atleta Profissional de Futebol
Introdução e Objetivo
O uso de tecnologias de imagem tem se mostrado uma ferramenta fundamental no diagnóstico e acompanhamento de lesões musculoesqueléticas em atletas de alto rendimento. Métodos como a termografia infravermelha (TIV) e a ultrassonografia (US) possibilitam uma análise detalhada e não invasiva de processos inflamatórios e danos teciduais, proporcionando informações valiosas para o tratamento eficaz e o retorno seguro do atleta ao esporte. Este estudo teve como objetivo avaliar um atleta de futebol com relato de dor intensa no joelho esquerdo após jogo, utilizando termografia e ultrassonografia.
Casuística e Método
Estudo de caso com um atleta, jogador de futebol profissional, 23 anos, atacante, destro, sem histórico de lesão na temporada. Após três meses do início da temporada, o atleta apresentou dor intensa no joelho esquerdo após uma partida competitiva. Na primeira avaliação, foi realizada uma TIV com uma câmera infravermelha FLIR E76®, pela manhã, com o atleta em repouso em uma sala climatizada. Após 15 minutos de aclimatação, a imagem termográfica foi capturada nas regiões de interesse (ROIs) dos membros inferiores, focando na região dos joelhos. As imagens foram processadas pelo software ThermoHuman®. Em seguida, foi realizada uma US com um ultrassom portátil Sanosite Namomaxx® com transdutor linear multifrequencial modelo L38xi de 10 a 5 MHz e 9 cm de profundidade, com foco no tendão patelar esquerdo. O exame revelou espessamento do tendão patelar e sinais de inflamação, confirmando o diagnóstico de tendinite patelar. A partir disso, foi indicado um tratamento fisioterapêutico focado em redução de carga, crioterapia e exercícios específicos de fortalecimento muscular. Após 72h, foi realizada uma reavaliação com TIV para monitoramento da recuperação.
Resultados
A TIV mostrou uma temperatura da pele (Tpele) de 29,48°C no joelho direito e 31,62°C no joelho esquerdo, com uma assimetria de 2,15°C, sugerindo inflamação local. O exame de US confirmou o espessamento do tendão patelar, sem sinais de ruptura. Após 72 horas de tratamento, a TIV apresentou uma Tpele de 31,23°C no joelho direito e 32,52°C no joelho esquerdo, com uma assimetria reduzida de 1,29°C, indicando progresso no processo de recuperação.
Discussão
Esses resultados ressaltam a importância do uso combinado de TIV e US em lesões musculoesqueléticas, particularmente no contexto de inflamações e tendinopatias, A TIV, ao detectar assimetrias térmicas sutis, pode ser um método valioso para monitoramento contínuo de lesões, permitindo intervenções terapêuticas mais precisas e direcionadas, com a vantagem de ser uma técnica rápida e não invasiva. A US, por sua vez, complementa o diagnóstico fornecendo uma avaliação estrutural em tempo real, sendo uma ferramenta crucial na detecção de lesões esportivas.O uso combinado dessas duas tecnologias permite uma abordagem mais completa para atletas, otimizando tanto o diagnóstico quanto o acompanhamento da resposta ao tratamento.Dada a sua praticidade e a riqueza de informações que oferece, o uso da TIV combinado com US pode se tornar uma prática padrão em centros especializados em medicina esportiva, tanto para diagnóstico precoce quanto para o acompanhamento de lesões musculoesqueléticas.
Conclusão
O uso combinado de TIV e US foi eficaz na avaliação e monitoramento da tendinite patelar no atleta. A mudança na assimetria térmica e a redução dos sinais inflamatórios indicaram uma resposta positiva ao tratamento, proporcionando dados valiosos para o ajuste do protocolo terapêutico e um retorno seguro do atleta ao esporte.
Projeto apoiado pelo Pró-Pesquisa CADESM/DECEx/EB, Poliscan Brasil®, ThermoHuman®.
Palavras-chave: termografia; ultrassonografia; lesões do esporte; futebol.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Clube de Regatas do Flamengo (CRF) - Rio de Janeiro - Brasil, Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx/ EB) - Rio de Janeiro - Brasil, Instituto de Educação Médica - Universidade Estácio de Sá (IDOMED/Estácio) - Rio de Janeiro - Brasil, Laboratório do Exercício e do Esporte (LABEES), Programa de Pós-graduação em Ciências do Exercício e do Esporte, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGCEE/UERJ) - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Danielli Braga Mello, José Mauro Maia Junior, Luiza Catharina Brusasco Grandini, Laiz Novaes, Carlos Bruno Reis Pinheiro