Dados do Trabalho
Título
Caminhadas Pós Prandial e Redução da Glicemia: Um possível Antídoto para diabetes?
Introdução e Objetivo
Com o advento da vida moderna, o ser humano adotou um estilo de vida contemporâneo que visa o conforto e otimização do tempo a luz da evolução tecnológica. Com efeito, houve uma subvalorização de uma vida mais ativo a qual, ao longo da história, priorizávamos uma quantidade considerável de atividades físicas, como caminhar, caçar suas refeições e proteger-se de possíveis predadores. Dessa maneira, diversas doenças causadas por essa ressingnificação da nossa rotina surgiram, sendo a diabetes mellitus a doença mais claramente associada ao estilo de vida sedentário contemporâneo. Diante desse cenário, diversos estudos observacionais e pesquisas feitas, revalando que caminhadas de baixa intensidade tem se mostrado uma intervenção eficaz para reduzir a glicemia pós prandial. Com efeito, é possível evitar os efeitos deletérios dos picos glicêmicos. Seriam a prescrição de caminhadas pós prandial uma ferramenta no arsenal terapêutico para manejo do diabetes?
Portanto, o presente estudo se trata de uma revisão de literatura com o intuito de avaliar a relação do exercício pós refeição e a melhora dos marcadores glicêmicos nos indivíduos.
Casuística e Método
O seguinte trabalho foi confeccionado a partir de uma busca bibliográfica feita na revista “Sports Medicine” e no banco de dados PubMed com os termos “exercise”, “postprandial”, “glucose”, “sitting”, “walking”. Como critério de inclusão foi estabelecido a utilização de artigos completos, datados de 2013 até 2021, totalizando 7 artigos.
Resultados
Os artigos selecionados discutem que caminhadas se mostram como uma estratégia terapêutica eficiente para controle glicêmico, sobretudo quando realizadas o mais próximo possível após uma refeição . Alguns estudos avaliaram que atividades de alta intensidade e curto período aparentam ser mais eficazes em controlar a glicemia, porém geram menos aderência. Ademais, os estudos revelam que indivíduos em cenários de maior inatividade física , como atividades laborais realizadas majoritariamente em posição sentada, aparentam ter mais benefícios dessas estratégias.
Discussão
Apesar da medicalização crescente no meio médico e a busca constante por fármacos e ativos que promovam ao paciente benefícios terapêuticos, a mudança de estilo de vida, principalmente aderindo uma rotina de atividades físicas regulares , ainda que de baixa intensidade, podem vir a ser utilizadas e prescritas por profissionais de saúde no manejo da hiperglicemia e diabetes.
Conclusão
Portanto, a presente revisão de literatura buscou dar ênfase nos possíveis efeitos benéficos das caminhadas e a sua aplicabilidade terapêutica em pacientes. Alguns estudos mais recentes já apontam pelos benefícios que serão providos por uma curva glicêmica mais estável, como a redução do risco de desenvolver doenças de inflamação de baixo grau, tais como a diabetes mellitus tipo 2, doença hepática gordurosa não alcoólica, artrite reumatóide e doenças cardiovasculares. Dessa maneira, a prescrição de exercícios após as refeições pode ser um antídoto no manejo da glicemia, que pode ser muito bem inserido na conduta terapêutica de profissionais da saúde como médicos do esporte.
Área
Medicina do Esporte
Autores
Thiago BARCELOS Estima, Ricardo Maturana, Luiz Felipe Sousa, Carlos Eduardo Carvalho, Bruno Hermínio, Luiz Guilherme Demarco