Dados do Trabalho


Título

Análise Biomecânica das Lesões do Ligamento Cruzado Anterior no Badminton

Introdução e Objetivo

O badminton, esporte em crescente popularidade, esse crescimento está associado ao aumento das lesões, a lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) é a que apresenta maior gravidade e prevalência dentro do esporte, que muitas vezes requerem cirurgia e longos períodos de recuperação. O sexo feminino, apresenta maior propensão a lesões durante aterrissagens unilaterais, mostram ângulos de valgo do joelho maiores e controle neuromuscular pior quando comparado ao sexo masculino. Esse estudo visou analisar os padrões, mecanismos e fatores de risco das lesões de LCA no badminton, notando quais são os padrões, mecanismos e fatores de risco das lesões de LCA, para mais, o objetivo secundário foi aprimorar as estratégias de prevenção e direcionamento da reabilitação para esse tipo de lesão.

Casuística e Método

O estudo analisou padrões e fatores de risco das lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) em jogadoras de badminton por meio de uma revisão literária e análise de vídeos de lesões confirmadas. Utilizou-se um checklist para guiar a análise biomecânica dos movimentos durante o jogo, com foco em aterrissagens, ângulos e posturas. O software Kinovea® auxiliou na avaliação detalhada das angulações articulares no momento das lesões, visando desenvolver estratégias de prevenção.

Resultados

A análise dos vídeos revelou que as lesões ocorreram durante a aterrissagem após golpes aéreos, com padrões biomecânicos consistentes com estudos prévios. As atletas aterrissaram com joelhos flexionados e tornozelos em flexão plantar. Observou-se inclinação do tronco para o lado da lesão, favorecendo sobrecarga no membro afetado, além de valgo no joelho, rotação interna e adução do quadril, fatores associados a lesões do ligamento cruzado anterior (LCA). A análise confirma o mecanismo de lesão descrito na literatura, embasando o que já foi previamente publicado que jogadoras do sexo feminino têm maior risco de lesão devido a ângulos de valgo maiores e menor estabilidade dinâmica.

Discussão

Os resultados indicam que jogadoras de badminton têm maior risco de lesões no ligamento cruzado anterior (LCA) em comparação aos homens, devido a ângulos de valgo mais pronunciados durante aterrissagens. Estudos mostram diferenças biomecânicas e neuromusculares significativas entre os gêneros, incluindo menores ângulos de flexão do joelho e dorsiflexão do tornozelo em mulheres. Fatores como ativação muscular, fadiga e fadiga cognitiva também contribuem para essa vulnerabilidade. A ativação deficiente dos músculos estabilizadores, como o glúteo médio, aumenta o risco. Além disso, a fadiga reduz o controle dinâmico do joelho, enquanto a fadiga cognitiva prejudica decisões rápidas. O estudo ressalta a necessidade de programas de prevenção de lesões específicos, focando no fortalecimento muscular e controle neuromuscular.

Conclusão

Por muito tempo, acreditou-se que os programas de prevenção de lesões no LCA deveriam focar principalmente no fortalecimento muscular, especialmente nos músculos estabilizadores, como o glúteo médio, devido a casuística da lesão estar relacionada exclusivamente ao valgo dinâmico. No entanto, sugerimos que, além do ganho de força, outras abordagens devem ser consideradas, como a ativação muscular, o controle motor e o treinamento cognitivo. É essencial incorporar estratégias que abordem tanto a fadiga física quanto a cognitiva. Treinamentos que simulem condições reais de jogo, com exigência de decisões rápidas sob fadiga, podem melhorar significativamente a capacidade do atleta de manter o controle biomecânico ao longo da partida. A adoção de técnicas que integrem a tomada de decisão rápida e o aumento gradual da carga cognitiva pode reduzir o impacto da fadiga, auxiliando na prevenção de lesões e na melhoria do desempenho atlético.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP - São Paulo - Brasil

Autores

Pedro Vieira Marches Malachias, Abimael Nascimento, André Luis Lugnani de Andrade