Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO BIOMECÂNICA DO LEG PRESS COM ALAVANCAS COMPARATIVAMENTE AO LEG PRESS INCLINADO

Introdução e Objetivo

O leg press é um dos equipamentos para musculação mais populares em academias, sendo muito utilizado para o treinamento dos músculos dos membros inferiores como quadríceps, glúteos. O modelo mais utilizado é o leg press em plano inclinado, geralmente a 45 graus. Nosso grupo tem utilizado exclusivamente o leg press com sistema de alavancas interfixas (Pórtico), tanto para exercícios terapêuticos como para treinamento, sempre com amplitudes, cargas e posição dos pés orientadas pelo conforto individual e pela patologia de base quando existente. Para além dos resultados positivos, nos chama a atenção a sensação de conforto articular em joelhos e quadris referida pelos praticantes que têm alguma vivência com o leg press inclinado, principalmente nos casos de condropatia e meniscopatia em joelhos e condropatia e tendinopatia em quadris. Objetivos: avaliar a distribuição das forças absolutas e relativas incidentes nas articulações dos joelhos e dos quadris no leg press com alavancas comparativamente ao leg press inclinado a 45°.

Casuística e Método

Um voluntário familiarizado com ambos os equipamentos (leg press com alavancas e inclinado a 45°) realizou o exercício com a mesma carga em cada aparelho (2000N). Nos ângulos de 30, 60 e 90° de joelho a força transmitida para joelho e quadril foi calculada baseado em uma abordagem quase-estática e dividida nos componentes de compressão e cisalha para joelho e antero-posterior e vertical em relação à pelve para o quadril. As forças também foram normalizadas em função da carga total oferecida pelo aparelho.

Resultados

As forças de cisalha no joelho aumentaram continuamente com o aumento da flexão de joelho (absolutas: 413, 933 e 1329N; relativas: 20.7, 46.6 e 66.5%) para o leg press 45°, enquanto houve uma redução aos 90° para o leg press com alavancas (absolutas: 575, 810 e 729N; relativas: 28.8, 40.5 e 36.5%). No quadril houve uma maior e crescente carga vertical no leg press com alavancas (absolutas: 987, 1127 e 1531 N; relativas: 49.4, 56.3, 76.5%) em comparação com o leg press 45° que apresentou cargas verticais similares em todas as angulações (absolutas: 276, 76 e 197N; relativas: 13.8, 3.8, 9.9%) e as maiores cargas foram antero-posteriores (absolutas: 1981, 1999 e 1990 N; relativas: 99.0, 99.9, 99.5%). Destacamos como diferenças a redução de carga real ao longo do curso em função das alavancas (50% aos 60° de excursão do aparelho), menores forças de cisalha nos joelhos e maior componente vertical das forças no quadril no leg press com alavancas.

Discussão

Uma suposição é que a redução da carga ao longo do curso no leg press com alavancas possa ter contribuído para o maior conforto referido pelos praticantes, da mesma forma que as menores forças de cisalha observadas nos joelhos. No caso dos quadris, embora as forças atuantes calculadas tenham sido consideráveis, nos chama a atenção o componente vertical dessas forças, consideravelmente maior no leg press com alavancas.

Conclusão

Com base nos presentes resultados e na evidência anedótica de conforto dos praticantes levantamos a hipótese de que as diferenças encontradas na magnitude e incidências das forças nas articulações dos joelhos e quadris podem ter relação de causa e efeito com os relatos de maior conforto no leg press com alavancas em relação ao leg press inclinado a 45 graus.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Instituto Biodelta - São Paulo - Brasil

Autores

Bruno Mezêncio, Eduardo Borges, Sandra Nunes Jesus, Hélena Dalla Bernardina, Luciana Mastandrea, Jose Maria Santarem