Dados do Trabalho
Título
Os impactos do exercício físico na qualidade de vida nos pacientes com Doença de Parkinson: uma revisão sistemática
Introdução e Objetivo
Pacientes com doença de Parkinson (DP) enfrentam, diariamente, problemas relacionados à realização de funções básicas e qualidade de vida. Dessa forma, o exercício físico tem sido utilizado como um excelente aliado a programas de reabilitação, além de mostrar diversos benefícios funcionais e psicológicos nesses pacientes. Tendo isso em vista, a presente revisão de literatura visa abordar os principais benefícios trazidos pela prática do exercício físico na qualidade de vida de pacientes com a DP.
Casuística e Método
Trata-se de uma revisão de literatura, construída a partir dos dados disponíveis no Banco do Brasil Scientific Electronic Library Online (SciELO), PUBMED, BIREME, pela análise de pacientes com DP. Foram selecionados estudos que analisaram os impactos de um treinamento individualizado na rotina desses indivíduos.
Resultados
Estudos indicam que a prática regular de exercícios físicos, em conjunto com tratamento medicamentoso e dieta controlada, pode aliviar os sintomas da DP e melhorar o estado psicológico dos pacientes. Soares e Peyré-Tartaruga destacam que os exercícios preservam a atividade muscular e flexibilidade, retardando a atrofia e o descondicionamento. Fernandes et al. (2020) compararam HIIT e exercício contínuo moderado em indivíduos com DP, e observaram que o HIIT aumentou a reatividade endotelial e melhorou a capacidade aeróbica, evidenciando a importância da intensidade do exercício. Dornelas et al. (2023) revisaram intervenções com exercícios aquáticos, esteira com suporte parcial e atividades domésticas em indivíduos com DP avançada, constatando melhorias significativas na aptidão física e em testes de mobilidade. Silva et al. (2021) ressaltaram que fisioterapias alternativas, como dança, yoga e musicoterapia, combinadas ao tratamento farmacológico, podem atenuar os sintomas da DP, promovendo relaxamento, flexibilidade, postura e marcha, resultando em melhor qualidade de vida. Goulart et al. (2004) avaliaram a marcha e o equilíbrio em idosos com DP, concluindo que esses pacientes, mesmo em estágios iniciais, que apresentam marcha mais lenta, reduzem o nível de atividade física mais rapidamente em comparação aos idosos saudáveis.
Discussão
A literatura destaca o exercício físico como essencial para melhorar aptidão, mobilidade e qualidade de vida em pacientes com DP. Silva et al. (2021) enfatizam o atendimento multidisciplinar, com foco na fisioterapia, recomendando treino em esteira com suspensão parcial, exercícios de equilíbrio e resistência, além de abordagens como sinalização auditiva e musicoterapia, que melhoram a capacidade cardiorrespiratória e controle dos esfíncteres. Fernandes et al. (2020) e Soares e Peyré-Tartaruga (2010) compararam HIIT e MICE, observando que o HIIT oferece vantagens na função endotelial e desempenho aeróbico, embora nenhum tenha melhorado significativamente parâmetros hemodinâmicos. Dornelas et al. (2023) destacam os benefícios do exercício mesmo em estágios avançados da DP, com intervenções como exercícios aquáticos e treino de marcha, realizadas 3 a 5 vezes por semana, adaptando a prescrição para evitar lesões, com testes de mobilidade como o TC6.
Conclusão
Os estudos revisados demonstram a importância fundamental do exercício físico na gestão da Doença de Parkinson (DP), evidenciando que a prática regular pode atenuar sintomas e melhorar a aptidão física, mesmo em estágios avançados da doença. Além de preservar a atividade muscular e a flexibilidade, os exercícios também contribuem para a saúde psicológica dos pacientes. Entretanto, ainda é escassa a quantidade e qualidade dos estudos que analisam os impactos do exercício físico em pacientes com DP. Sendo necessário mais estudos complementares.
Área
Medicina do Esporte
Autores
Leonardo Leal Fonseca, Nicholas Ferner Del Toro, Reubem Lima Dourado, Lucca Baqueiro Wasconcellos Mello, Vinícius Áspera Cortes, Beatriz Oliveira de Almeida Pitanga De Azevedo