Dados do Trabalho
Título
Adaptações Cardíacas relacionadas ao Exercício Físico Intenso: Uma Revisão Sistemática sobre o Coração do Atleta e a Cardiomegalia
Introdução e Objetivo
O exercício físico intenso provoca diversas adaptações no sistema cardiovascular, especialmente no coração. Essas adaptações, conhecidas como "coração do atleta", incluem a cardiomegalia, que é o aumento do tamanho do coração. Este estudo revisa sistematicamente as evidências sobre as adaptações cardíacas em atletas, focando na cardiomegalia e suas implicações clínicas. A hipótese central é que o exercício físico intenso induz adaptações cardíacas benéficas, mas também pode levar a condições patológicas, como a cardiomegalia, que requerem monitoramento e avaliação cuidadosa. Com o aumento da prática de exercícios físicos intensos e competições esportivas, é crucial entender as adaptações cardíacas para diferenciar entre mudanças fisiológicas normais e condições patológicas. Isso é essencial para a saúde e o desempenho dos atletas. O objetivo desta revisão é analisar sistematicamente as adaptações cardíacas relacionadas ao exercício físico intenso, com ênfase na cardiomegalia, e discutir as implicações clínicas dessas adaptações.
Casuística e Método
Foi realizada uma revisão sistemática organizada conforme as diretrizes PRISMA. A estratégia de busca incluiu os descritores “exercise-induced”, “cardiomegaly” e “athletes”, utilizando o operador booleano “AND”, na base de dados MEDLINE-PubMed. Os filtros aplicados foram “free full text”, “review” e estudos publicados entre 2019 e 2024. Dessa forma, foram identificados 10 artigos, dos quais 3 foram excluídos após leitura de títulos e resumos, resultando em 7 artigos analisados em sua íntegra para compor a presente revisão.
Resultados
Os estudos indicam que a hipertrofia ventricular esquerda em atletas é comum, mas diferenciar adaptações fisiológicas de patológicas é desafiador, enfatizando a importância da ressonância magnética cardíaca. A cardiomiopatia arritmogênica induzida pelo exercício pode causar lesões no ventrículo direito, com fibrose miocárdica sendo um achado frequente. Elevações de troponina cardíaca, geralmente benignas, podem sinalizar dano miocárdico, requerendo monitorização contínua para diferenciar causas. A ressonância magnética é essencial para detectar fibrose e distinguir entre adaptações e patologias. A imagem cardíaca é fundamental na avaliação da saúde cardíaca em atletas, ajudando a esclarecer a linha entre adaptações normais e doenças.
Discussão
Os estudos demonstram que a hipertrofia ventricular esquerda é uma adaptação comum em atletas, mas a distinção entre alterações fisiológicas e patológicas representa um desafio significativo. Nesse contexto, a ressonância magnética cardíaca surge como uma ferramenta crucial para essa diferenciação. Além disso, a cardiomiopatia arritmogênica induzida pelo exercício tem sido associada a lesões no ventrículo direito, com a fibrose miocárdica aparecendo como um achado frequente. Elevações de troponina cardíaca, que geralmente são benignas, podem, em alguns casos, indicar dano miocárdico, o que torna a monitorização contínua indispensável para a correta interpretação dessas alterações. A ressonância magnética é fundamental não apenas para a detecção da fibrose, mas também para distinguir entre adaptações fisiológicas normais e condições patológicas. Assim, a imagem cardíaca desempenha um papel vital na avaliação da saúde cardiovascular de atletas, ajudando a esclarecer a linha tênue entre adaptações benéficas e doenças potencialmente perigosas.
Conclusão
Conclui-se que, embora o exercício físico intenso promova adaptações cardíacas benéficas, é essencial um monitoramento contínuo para identificar possíveis condições patológicas. A utilização de técnicas avançadas de imagem e a compreensão das elevações de biomarcadores cardíacos são fundamentais para a saúde e o desempenho dos atletas.
Área
Medicina do Esporte
Autores
Najwa Osman, Antony Oliveira Silva, Maria Luiza Cesto Parussolo, Marina Ribas Losasso, Luccas Braz Pires Paraguassú De Souza, Sandra Maria Barbalho