Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DE LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM JOGADORES DE FUTEBOL DE CAMPO MASCULINO PROFISSIONAIS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Introdução e Objetivo
O Futebol de Campo é o esporte mais popular jogado no Brasil, sendo um dos símbolos que representa o país, além de ser uma das principais formas de entretenimento e lazer da população mundial. Esse esporte é caracterizado por apresentar intenso contato físico, com movimentos bruscos, rápidos e de alto impacto, que, por vezes, acabam sendo responsáveis pelos altos índices de lesões que ocorrem durante a prática do esporte. Reconhecer a localização, os mecanismos e a incidência das lesões pode direcionar a prevenção e aprimorar o tratamento e acompanhamento dessas. Sendo assim, a pesquisa tem como objetivo identificar o tipo de lesões mais encontradas em indivíduos que praticam futebol de campo masculino profissional.
Casuística e Método
Pensando em abordar a alta incidência de lesões no futebol de campo, foi elaborada uma revisão integrativa da literatura, analisando localização anatômica, mecanismo do trauma e tipo de lesão. As bases de dados utilizadas foram: PubMed, Scielo e LILACS.
Resultados
Foram analisados 13 artigos, totalizando 1.534 atletas e 2.221 lesões. Os resultados obtidos foram: localização anatômica (coxa 25,37%, perna 16,79%, tornozelo 11,24%, joelho 10,39%, virilha/ quadril 2,21% e outros locais 26,56%); tipo do trauma sendo 55,7% por traumas indiretos e 35,2% diretos, sendo que 9,1% dos traumas não se enquadraram nessa classificação; mecanismo da lesão, entre eles, corrida 2,3%, salto/ aterrissagem 1,97%, chute 1,62%, outros movimentos 0,95%, bola parada 0,05% e durante o treino 0,27%, porém apenas 7,16% das lesões obtiveram essa classificação. Quanto ao tipo de lesão: distensão muscular 37,47%, contusão 18,75%, entorse 15,47%, fratura 3,79%, ruptura ligamentar 2,7% e outras lesões 18,9%.
Discussão
Em relação à alta incidência, a implantação de programas específicos de prevenção de lesões com acompanhamento de equipes multidisciplinares poderia diminuir a frequência das lesões, visto que o tipo de trauma de maior prevalência é o indireto, totalizando 55,7% dos traumas, e os tipos de lesões mais frequentes estão relacionadas aos músculos, seguido de lesões ligamentares. As principais limitações descritas nos artigos foram: o risco de viés de informação pela fonte de registro das lesões; obtenção de informações incompletas, sendo alguns dados estimados; não atingir o número de participantes desejado; dificuldade de certeza de que a lesão realmente ocorreu no exato momento descrito; tempo de acompanhamento menor que o desejado, o que pode representar uma estatística específica do recorte temporal observado; e a participação de atletas em mais de uma competição ao mesmo tempo.
Conclusão
Pode-se observar uma alta incidência de lesões, com significativa desproporção de acometimento entre membros superiores e inferiores, sendo recomendada a implantação de programas específicos de prevenção dessas lesões. A falta de padronização de classificações e ausência de dados nos artigos encontrados dificultou a comparação de alguns parâmetros analisados nesta revisão.
Área
Medicina do Esporte
Autores
Bruna Markowicz Toro, Eloise Maria Pereira Marques, Ana Carolina Pauleto