Dados do Trabalho
Título
ASSOCIAÇÃO ENTRE PERCEPÇÃO DE INSTABILIDADE NO SIDE HOP TEST E HISTÓRICO DE ENTORSE NO TORNOZELO
Introdução e Objetivo
A entorse de tornozelo é uma lesão musculoesquelética comum, e ocorrendo frequentemente durante a prática de atividades físicas. Além disso, apresenta uma alta taxa de recorrência, e muitos indivíduos desenvolvem sintomas crônicos residuais, que frequentemente evoluem para a instabilidade crônica do tornozelo (ICT). A ICT pode resultar em consequências como a redução na participação em atividades físicas e a sensação de instabilidade no tornozelo durante atividades diárias, especialmente aquelas que envolvem equilíbrio dinâmico. O Side Hop Test é um teste utilizado para avaliar o equilíbrio dinâmico dos membros inferiores e pode diferenciar indivíduos com e sem ICT.
Objetivo: Analisar a associação entre o histórico de entorse no tornozelo e a percepção de instabilidade durante a execução do Side Hop Test.
Casuística e Método
Este estudo é uma análise transversal da linha de base de um ensaio clínico randomizado do tipo crossover, realizado no laboratório [blinded for review]. Foram recrutados voluntários com idades entre 18 e 40 anos, praticantes de atividade física. Os participantes foram divididos em dois grupos: i) com histórico de entorse de tornozelo e ii) sem histórico de entorse de tornozelo. O equilíbrio dinâmico foi avaliado por meio do Side Hop Test, realizado em apoio unipodal, com saltos laterais entre duas linhas paralelas distantes 30 cm uma da outra, no menor tempo possível durante 10 segundos. Para avaliar a percepção de instabilidade, os participantes foram questionados imediatamente após a execução do teste sobre o nível de percepção de instabilidade, utilizando uma escala do tipo Likert de 5 pontos: 1 = nenhuma, 2 = pouca, 3 = moderada, 4 = muita e 5 = extrema. A associação entre histórico de entorse de tornozelo e a percepção de instabilidade durante o Side Hop Test foi analisada utilizando o teste do qui-quadrado, com nível de significância de 5%.
Resultados
Foram incluídos 55 participantes (47% homens, n = 26; 53% mulheres, n = 29), dos quais 36 (65%) apresentaram histórico de entorse de tornozelo. A média de idade no grupo com histórico de entorse de tornozelo foi de 21,17 ± 2,61, enquanto no grupo sem histórico foi de 21,33 ± 2,78 anos. Não houve associação significativa entre o histórico de entorse de tornozelo e a percepção de instabilidade no Side Hop Test (valor-p = 0,252).
Discussão
Embora a ICT esteja associada a déficits funcionais, os resultados indicam que o histórico de entorse de tornozelo não afeta significativamente a percepção de instabilidade no Side Hop Test. Isso sugere que a recuperação funcional e a adaptação neuromuscular podem reduzir essa percepção em indivíduos fisicamente ativos, tornando o teste menos sensível para captar instabilidade subjetiva.
Conclusão
O histórico de entorse não está associado a percepção de instabilidade no Side Hop Test.
Apoio: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Faculdade Israelita de Ciências da Saúde - São Paulo - Brasil, UNESP - São Paulo - Brasil
Autores
Lucas Yoshikawa de Souza, Flávia Alves de Carvalho, Isaque Machado da Silva, Lucas Antonio Buara Arminio, Carlos Marcelo Pastre, Italo Ribeiro Lemes