Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DOS EFEITOS DE CONTROLE DA ATIVIDADE FÍSICA NA SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO

Introdução e Objetivo

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma condição endócrina que afeta mulheres em idade reprodutiva. O excesso de peso e a obesidade são fatores que frequentemente coexistem com a SOP, além disso, está intimamente ligado à inflamação sistêmica, o que agrava ainda mais os riscos para a saúde dessas mulheres. A referida afecção apresenta uma prevalência significativa entre mulheres de 15 a 49 anos, chegando a 106 milhões de casos no mundo, como relata o Ministério da Saúde do Brasil, por isso que estratégias como a atividade física pode contribuir como uma alternativa terapêutica.
O objetivo da presente revisão é analisar os efeitos de controle da atividade física na síndrome dos ovários policísticos.

Casuística e Método

Trata-se de uma revisão sistemática que seguiu os passos recomendados da Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses-PRISMA. A formulação da pergunta de pesquisa adotou-se a estratégia PICO. Assim, a pergunta que norteou o estudo de revisão sistemática foi: “Como a atividade física impacta no controle dos sintomas em pacientes com síndrome dos ovários policísticos?”. Para responder tal pergunta, buscou-se por estudos nas respectivas bases de dados como Pubmed, Scopus, Cinahl e Web of Science, por meio dos descritores em inglês, selecionados na Medical Subject Headings (MeSH). Logo após a catalogação, optou-se por analisar só ensaios clínicos, por meio do Consolidated Standards of Reporting Trials- CONSORT, com isso considerou os estudos que atingiram um percentual de qualidade metodológica maior e igual a 75%, categorizado como satisfatório, a amostra foi de cinco artigos.

Resultados

Cinco ensaios clínicos randomizado foram incluídos nessa revisão. A maioria dos estudos foi pequena, com media de 32 participantes e com duração media de 10 semanas. Esses ensaios clínicos mostraram que o treinamento aeróbico com intensidade de 90% a 95% da frequência cardíaca máxima gerou uma redução significativa do nível sérico de PCR (Proteína c-reativa), principalmente em participantes >30 anos. Além disso, os ensaios mostraram redução da resistência insulínica, do IMC, percentual de gordura corporal, do tecido adiposo visceral e da relação cintura-quadril. Outro dado significativo foi um aumento no Volume de Oxigênio (VO2) máximo com o treinamento aeróbico de alta intensidade.

Discussão

Os resultados desta revisão indicam que o treinamento aeróbico de alta intensidade beneficia mulheres com SOP, reduzindo a inflamação (PCR), uma vez que a inflamação crônica é uma característica importante da SOP e está associada a muitos dos sintomas e complicações decorrentes da síndrome. Outro fator foi o progresso positivo dos indicadores metabólicos e corporais, como perda de peso e redução de gordura, já que a obesidade está frequentemente associada a uma piora dos sintomas da doença. Além disso, a melhora no VO2 pode reduzir o risco cardiovascular, comum em mulheres com SOP. Contudo, a maioria dos estudos teve curta duração e amostras pequenas, sugerindo a necessidade de mais pesquisas com maiores períodos e amostras para confirmar esses efeitos e explorar mecanismos subjacentes.

Conclusão

Evidencia que o exercício físico, principalmente aeróbicos de alta intensidade, foi efetivo no controle e na melhora da SOP, com melhora na função reprodutiva (ciclo menstrual, ovulação e fertilidade), sobre hormônios reprodutivos e no perfil inflamatório, melhorando a qualidade de vida.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil

Autores

Raiza Rosa Kieliszek Oliveira, Mohamad Adnan Moussa, Stefani Zeni, Camilla Pereira Rodrigues Silva, Mikele Alves Araujo, Bianca Dias Avelino Batista