Dados do Trabalho


Título

Encefalopatia Traumática Crônica no Esporte: uma revisão sistêmica da literatura.

Introdução e Objetivo

Os agravos de TCE (Traumatismo Cranioencefálico) são um risco inerente à rotina de muitos atletas de alto nível e pouco expostos e discutidos, especialmente quando se trata de esportes de contato e combate. Decorrentes de TCE os quadros de demências como a Encefalopatia Traumática Crônica, uma reconfiguração estrutural molecular de partes do encéfalo repetitivamente lesadas por impactos, resultando em danificações dos axônios, com o poder de gerar alterações comportamentais e cognitivas, deste modo, se fazem questão de saúde pública. Portanto, cabe à comunidade acadêmica e científica estratificar informações embasadas que dêem abertura para o delineamento e desenvolvimento de hipóteses resolutivas. O objetivo principal da presente revisão é divulgar de forma sistemática e concreta a compreensão acerca do desenvolvimento da Encefalopatia Traumática Crônica e os desafios atrelados a este quadro, com o intuito de informar e instigar à prevenção.

Casuística e Método

Elaboração de revisão literária mediante a uma pesquisa realizada entre as plataformas SciELO e PubMed com base nos descritores “Encefalopatia” e “Esporte”, foram utilizados 19 materiais, perante as línguas portuguesa e inglesa.

Resultados

Obtivemos resultados através do material analisado junto ao conhecimento médico adquirido durante a formação acadêmica dos autores, os mesmos puderam inferir que esportes de contato tais quais boxe e MMA apresentam maiores taxas de incidência de pancadas, de acordo com dados de 17% dos boxeadores profissionais apresentam lesões neurológicas graves, como também avaliamos outro material que demonstrou que 41,4% dos atletas de outros esportes de outros esportes (rugby, futebol americano e hóquei) apresentam ETC (Encefalopatia Traumática Crônica) na maioria em estágios leves, logo, esses traumas no crânio; que geram lesões encefálicas repetitivas e maiores chances de dano axonal, ocasionando respostas neurodegenerativas, consequentes a quadros demenciais indesejáveis e muitas vezes preveníveis.

Discussão

Este cenário se dá devido às variadas lesões neurológicas de possível ocorrência repetitiva, predominantemente em esportes de contato e ambientes relacionados. A classificação varia de acordo com o tempo em que o atleta sofreu o trauma, podendo ser aguda (concussão e hemorragia) ou crônica (condições neurodegenerativas); sendo, portanto, as queixas clínicas mais comuns tontura, cefaléia e confusão mental, mimetizando um quadro de demência a longo prazo. O paciente passa a desenvolver uma alteração neuroestrutural e química denominada Encefalopatia Traumática Crônica, quadro este que acompanha sequelas estruturais de alterações cognitivas e comportamentais tais quais depressão, ansiedade e irritabilidade.

Conclusão

Após delicada averiguação de dados e delineamento temático, foi possível inferir que há necessidade de maiores estudos acerca dos mecanismos patológicos da encefalopatia traumática crônica que se fazem necessários e se encontram estreitamente ligados à saúde e qualidade de vida de atletas de alto rendimento. Além do dito, há também a relevância de tal atenção acadêmico-científica para que sejam possibilitadas formas de prevenção, conscientização e minimização dos danos atrelados ao quadro.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil

Autores

Armando Nava Ericeira, Cesar dos Reis Rodrigues Araujo Amancio, Jéssica Marques Ferro, Otavio Hipolito Nogueira, Brenda Larissa Rocha Pereira, João Pedro Reis Mafra