Dados do Trabalho


Título

DESCONEXÃO CONCEITUAL: COMO ESTUDANTES DE FISIOTERAPIA ENTENDEM O ALONGAMENTO E FLEXIONAMENTO?

Introdução e Objetivo

A flexibilidade é um componente essencial da aptidão física, influenciando a saúde geral e o desempenho esportivo. No entanto, há confusão conceitual entre os termos "flexibilidade", "alongamento" e "flexionamento" na literatura e na prática clínica, o que pode impactar a qualidade da formação acadêmica e da atuação profissional em Fisioterapia. O objetivo deste estudo foi investigar o conhecimento teórico de discentes de Fisioterapia sobre as definições e aplicabilidades das técnicas de alongamento e flexionamento, identificando possíveis lacunas na formação acadêmica.

Casuística e Método

Trata-se de um estudo observacional descritivo realizado com 153 discentes de Fisioterapia de instituições de ensino superior na Bahia, Brasil. Os participantes estavam matriculados do 4º ao último semestre e já haviam cursado a disciplina de cinesioterapia. Utilizou-se um questionário semiestruturado de 8 questões de múltipla escolha, elaborado pelos autores, abordando definições e aplicações práticas de flexibilidade, alongamento e flexionamento. A coleta de dados foi realizada presencialmente, garantindo a ausência de consultas externas. As respostas foram avaliadas conforme os conceitos estabelecidos por Dantas et al. (2008), atribuindo-se um ponto para cada resposta correta.

Resultados

Dos 153 questionários válidos, 142 (93%) dos discentes relataram ter estudado o conteúdo de flexibilidade em sua formação. No entanto, apenas 28 (18%) forneceram a definição correta de flexibilidade como uma qualidade física. Nenhum estudante identificou corretamente o flexionamento como a técnica para melhoria da flexibilidade, e somente 68 (44%) apontaram o alongamento como técnica para manutenção da flexibilidade. Em relação às contraindicações do alongamento, 90 (59%) responderam corretamente, mas nenhum acertou as contraindicações do flexionamento. A maioria dos discentes (54%) apresentou um nível de conhecimento classificado como baixo (acertos em até 4 questões), enquanto apenas 1% alcançou alto conhecimento (7 a 8 acertos).

Discussão

Os resultados evidenciam uma desconexão conceitual significativa entre os discentes de Fisioterapia quanto aos conceitos de flexibilidade, alongamento e flexionamento. A confusão pode ser atribuída à falta de padronização nas definições e ao uso inconsistente dos termos na literatura e na prática clínica. Essa lacuna no conhecimento pode afetar a aplicação adequada das técnicas, comprometendo a eficácia dos tratamentos e a segurança dos pacientes. A compreensão insuficiente dos conceitos fundamentais ressalta a necessidade de revisão curricular, com maior ênfase e clareza na abordagem desses temas durante a formação acadêmica.

Conclusão

Os discentes de Fisioterapia demonstraram conhecimento teórico limitado sobre as definições e aplicabilidades das técnicas de alongamento e flexionamento. Este déficit indica a necessidade de reforço e padronização desses conceitos nos currículos de Fisioterapia, visando aprimorar a formação profissional e garantir práticas clínicas mais eficazes e seguras.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - EBMSP - Bahia - Brasil, Faculdade da Região Sisaleira - Bahia - Brasil, Studio Sattva - São Paulo - Brasil

Autores

Samara Gomes da Silva Barbosa, Alan Carlos Nery dos Santos, Maria Hortencia Rocha do Nascimento, Isabelle Cedraz Pinho Oliveira, Marivaldo Nascimento da Silva Júnior, Jefferson Petto