Dados do Trabalho


Título

MOBILIZAÇÃO NEURAL AUMENTA A FLEXIBILIDADE EM ADULTOS SAUDÁVEIS: REVISÃO SISTEMÁTICA

Introdução e Objetivo

A mobilização neural (MN) tem demonstrado eficácia no aumento da amplitude de movimento articular (ADM) sem comprometer a força muscular. Apesar dos efeitos benéficos observados, uma síntese sistemática dos seus efeitos agudos e crônicos ainda é necessária. Este estudo tem como objetivo revisar sistematicamente os efeitos da MN sobre a ADM em adultos saudáveis.

Casuística e Método

Seguindo as diretrizes PRISMA, realizamos uma revisão sistemática nas bases EBSCO, LILACS, PubMed e SciELO até maio de 2024. Foram incluídos estudos experimentais controlados que investigaram os efeitos agudos e crônicos da MN em adultos saudáveis, praticantes ou não de atividades físicas e modalidades esportivas, com avaliação de ADM por goniometria. O processo de seleção e análise incluiu a avaliação de 22 estudos, totalizando 693 participantes em estudos de efeitos agudos e 892 em estudos de efeitos crônicos.

Resultados

Nos estudos de efeitos agudos, a MN resultou em um aumento médio de 10 graus na ADM, variando entre as articulações avaliadas: cotovelo (11 graus), joelho (10 graus), quadril (9 graus) e ombro (12 graus). Para os efeitos crônicos, os aumentos foram semelhantes: cotovelo (11 graus), joelho (11 graus), quadril (10 graus) e ombro (12 graus). A MN mostrou-se comparável a outras técnicas como o alongamento estático e a facilitação neuromuscular proprioceptiva, sem comprometer a força muscular.

Discussão

Os resultados desta revisão sistemática reforçam a eficácia da mobilização neural (MN) como estratégia para aumentar a amplitude de movimento articular (ADM) em adultos saudáveis. A MN demonstrou consistentemente promover melhorias significativas na flexibilidade articular, atribuídas à redução da tensão neural e ao aumento da elasticidade dos tecidos neurais. Esses efeitos ocorrem sem impacto negativo sobre o desempenho muscular ou atlético, o que é particularmente relevante para populações ativas. Além disso, a MN mostrou-se tão ou mais eficaz do que técnicas tradicionais de alongamento, como o alongamento estático e a facilitação neuromuscular proprioceptiva. Uma possível explicação para a superioridade da MN reside em sua ação direta sobre o sistema nervoso periférico, promovendo o deslizamento neural e reduzindo aderências que limitam a mobilidade. Ao melhorar a mobilidade neural, a MN pode diminuir a resistência ao alongamento dos tecidos moles, resultando em maior ADM.

Conclusão

A MN é eficaz no aumento da amplitude de movimento em adultos saudáveis, tanto a curto quanto a longo prazo. Recomenda-se sua inclusão em protocolos terapêuticos e esportivos, com estudos futuros explorando a padronização de protocolos e avaliação em diferentes populações.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - EBMSP - Bahia - Brasil, Faculdade da Região Sisaleira - FARESI - Bahia - Brasil, Instituto Santanense de Ensino Superior – UniSant’Anna - São Paulo - Brasil, Studio Sattva - São Paulo - Brasil

Autores

Alan Carlos Nery dos Santos, Marivaldo do Nascimento da Silva Júnior, Hiago Silva Queiroz, Ramon Martins Barbosa, Raone Daltro Paraguassu Alves, Jefferson Petto