Dados do Trabalho


Título

O IMPACTO DO EXERCÍCIO FÍSICO NO DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA DE ALZHEIMER

Introdução e Objetivo

A Doença de Alzheimer (DA), de acordo com as hipóteses fisiopatológicas, acontece através da deposição de peptídeos beta-amiloide no espaço extracelular e de proteína Tau no espaço intracelular do cérebro, acarretando perda de sinapses e morte neuronal, o que caracteriza ser uma neurodegeneração cognitiva progressiva. Essa revisão pretende elucidar até que ponto a atividade física é capaz de melhorar os sintomas cognitivos e prevenir a DA.

Casuística e Método

O presente estudo realiza uma revisão narrativa de literatura, baseada na pesquisa de descritores indexados pelo Mesh na plataforma PubMed: “Doença de Alzheimer” AND “Atividade física”. Foram encontrados 1635 artigos, todos os títulos foram lidos, sendo selecionados 47 estudos por se aproximarem da temática e possuírem metodologias de meta-análise, revisão sistemática e integrativa. Dentre estes, 6 artigos escritos em língua inglesa, disponíveis gratuitamente e pagos, publicados nos últimos 10 anos (período de 2014 a 2024) que melhor correlacionaram o exercício físico com a Doença de Alzheimer foram selecionados. Os demais artigos foram excluídos devido à falta ou repetição de informações pertinentes ao tema bem como os artigos em duplicidade.

Resultados

A adoção de mudanças no estilo de vida durante os estágios pré-sintomáticos e pré-demenciais da doença pode ser capaz de atrasar o surgimento de até um terço dos casos de demência. Além disso, as atividades físicas praticadas regularmente diminuem em 45% o risco de iniciar o desenvolvimento da DA.

Discussão

Os efeitos do exercício físico nas vias moleculares fisiopatológicas consistem no aumento do lactato produzido pela contração muscular, o qual estimula a produção de BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro) e VEGF (fator de crescimento endotelial vascular) no cérebro, assim estimulando a neuroplasticidade, a neurogênese e a angiogênese, o que acarreta, nos tecidos cerebrais, a redução de ações pró-inflamatórias, o aumento da vascularização, a inibição de vias de apoptose e morte celular, o reparo de dano em DNA, a diminuição da neurotoxicidade e da deposição de peptídeos beta-amiloides. As consequências cognitivas dessas vias podem se apresentar através da melhora da orientação, memória (com ênfase na recente), atenção, linguagem e habilidades visuoespaciais, todas essas elucidadas pelo MEEM, assim melhorando sintomas cognitivos de pacientes com DA e ajudando na prevenção de DA em idosos saudáveis. No entanto, os efeitos neuroprotetores só podem ser atingidos quando os idosos são considerados fisicamente ativos, o que inclui realizar atividades físicas aeróbicas de intensidade moderada por um mínimo de 150 minutos/semana, ou atividades aeróbicas de intensidade vigorosa por um mínimo de 60 minutos/semana.

Conclusão

Embora não possa curar o Alzheimer, a atividade física representa uma importante estratégia terapêutica complementar, auxiliando tanto na preservação das capacidades cognitivas quanto na manutenção da autonomia dos indivíduos. Por isso, integrar exercícios na rotina de tratamento é essencial para maximizar os benefícios e proporcionar um envelhecimento mais ativo e saudável.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

UNIFOA - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Guilherme Dias de Moraes, Carolina da Matta Pincowsky, Bruna Heloísa de Oliveira Soares, Maria Eduarda Matuck Ribeiro de Avelar, Vitor Grudka Campbell, Gabriela de Araujo Pedrote de Carvalho