Dados do Trabalho
Título
Principais lesões esportivas no voleibol
Introdução e Objetivo
O voleibol é um dos cinco esportes mais populares do mundo e é visto como uma atividade segura, devido ao seu baixo nível de contato e à baixa ocorrência de lesões. É um esporte coletivo dinâmico que requer força nos membros superiores e inferiores, além de agilidade para executar tarefas técnicas específicas, especialmente com os membros dominantes, e movimentação em diversas direções. Esse trabalho tem como objetivo apresentar as principais lesões esportivas na prática do voleibol e suas associações.
Casuística e Método
Trata-se de uma revisão de literatura realizada por meio da base de dados PubMed. Foram utilizados os descritores “injuries" e "volleyball” combinados com o operador Booleano “AND”. Os filtros utilizados foram datas de publicação nos últimos 5 anos, textos completos, escritos em inglês ou português. Como critérios de inclusão foram selecionados artigos originais, revisões sistemáticas e metanálises, que apresentaram como tema principal lesões na prática do voleibol. Já para exclusão, o critério foi falta de pertinência temática.
Resultados
Por fim, foram encontrados 179 resultados, dos quais 9 foram selecionados após uma análise de relevância. Diante da leitura dos artigos foi observado que em jogadores de voleibol, lesões de membros inferiores foram as mais comuns, sendo o tornozelo o principal local, independente de idade e sexo. Em seguida, o joelho como o segundo local mais lesionado na extremidade inferior, e o principal relacionado ao uso excessivo. Nos membros superiores as lesões mais comuns foram em dedos e no polegar. Em segundo lugar o ombro, principalmente por uso excessivo, que incluem tendinopatia do manguito rotador, instabilidade glenoumeral, ruptura do lábio glenoidal, patologia da articulação acromioclavicular e lesão nervosa. Além disso, atletas de voleibol do sexo masculino possuem taxas de lesões mais alta em membros superiores, quadril, virilha, coxa e pé, já atletas do sexo feminino apresentaram maior taxa de lesões do ligamento cruzado anterior. Por fim, as taxas de lesões em competições foram maiores do que em treinos.
Discussão
Lesões agudas ocorrem especialmente na zona de rede, onde há mais contato entre jogadores devido a movimentos próximos de ataque e defesa, tornando comuns lesões no rosto, mãos e tornozelos. Já lesões por uso excessivo, principalmente dos membros inferiores, acontecem por ações repetitivas de salto e aterrissagem. Fatores como idade avançada, histórico de lesões, IMC elevado e alta frequência de prática esportiva aumentam o risco. Por posições do voleibol, em extremidades inferiores, lesões de tornozelo foram mais comuns em todas as posições, exceto líberos. Em membros superiores, em ponteiros e centrais, predominam-se lesões de ombro, já em líberos, as lesões de dedos foram as mais comuns.
Conclusão
Dessa forma, destaca-se a necessidade de mais estudos sobre as lesões na prática do voleibol, atentando-se a especificidades de sexo, idade e nível profissional. Isso permitirá uma melhor prevenção em clubes e seleções, ajudando a preservar a saúde dos atletas.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Valentina de Ávila Gomes Carneiro Dutra Câmara, Stéfano de Ávila Gomes Carneiro Dutra Câmara, Natascha dos Santos Böddener, Daniel Netto de Aquino