Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DE LESÕES EM UM TIME DA LIGA BRASILEIRA DE FUTEBOL AMERICANO

Introdução e Objetivo

O futebol americano é um esporte que tem ganhado popularidade crescente no Brasil e, com a sua ascensão, torna-se fundamental investigar as condições que afetam a performance e a saúde dos atletas, especialmente as lesões. Diversos estudos internacionais destacam a alta incidência de lesões musculoesqueléticas em jogadores de futebol americano, principalmente em membros inferiores, com destaque para lesões no joelho e tornozelo. Com base nisso, o presente estudo focou em analisar a prevalência de lesões em atletas de um time da liga brasileira de futebol americano.

Casuística e Método

O estudo foi realizado a partir de uma análise secundária de dados dos atletas de futebol americano pertencentes a um clube da cidade de Fortaleza, tendo como objetivo avaliar informações relacionadas às lesões que possuem uma maior prevalência nesse grupo específico. As informações referentes às lesões foram colhidas e registradas em um documento pelos profissionais de saúde que realizam o acompanhamento longitudinal dos atletas. O documento com os dados relativos aos atletas foram coletados com o consentimento dos profissionais sobre a realização do estudo e foi fornecido pela equipe responsável pela saúde dos jogadores. É válido destacar que o documento contém informações relacionadas ao local e ao grau da lesão; a quantidade de sessões de fisioterapia necessárias e a data de início e término do tratamento.

Resultados

A análise dos dados coletados sobre as lesões dos atletas revelou uma maior prevalência de lesões em membros inferiores, principalmente no joelho (31,8% das lesões). Dentre as lesões mais encontradas no joelho, pode-se destacar o rompimento do ligamento cruzado anterior (LCA), condromalácia patelar e roturas meniscais. Além disso, possui destaque entorse de tornozelo, dores musculares, estiramentos e de uma forma mais significativa, lesão nos ombros (13,6%) e região lombar (13,6%), que podem estar relacionadas a movimentos repetitivos ou sobrecarga muscular. Com relação a recuperação das lesões, as mais graves (ruptura de LCA, estiramento muscular grau II) demandaram um número maior de sessões na fisioterapia (em média 20), enquanto as lesões mais leves necessitam em média de 10 sessões.

Discussão

Há concomitância entre as lesões encontradas nesse estudo e dados de diversos estudos acerca deste tema. As mais frequentes foram as lesões de joelho, incluindo ligamentares, patelares e meniscais, associadas a saltos e trocas de direção, ambos muito comuns no esporte. Depois dessas, as lesões de ombros, relacionadas a impacto e lançamentos, e da região lombar, associadas a sobrecarga muscular. Lesões mais graves, como ruptura do LCA, podem levar a afastamento dos campos de até 6 meses, e lesões menores, mesmo que não levem a afastamento prolongado, podem causar extensos déficits no rendimento dos atletas.

Conclusão

A partir dos dados obtidos, percebe-se uma maior prevalência de lesões no joelho; relacionadas, principalmente, ao rompimento do ligamento cruzado anterior, condromalácia patelar e roturas meniscais. Apresentando um grau de comprometimento significativo e, consequentemente, um tempo de recuperação maior. Destaca-se, com isso, que a análise da prevalência de lesões é importante para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e para um melhor planejamento do tratamento, relacionando-se com a melhoria da performance.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

TS Health - Ceará - Brasil, Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

Giovanni Leal Holanda, Rodrigo Ponte Viana, João Vitor Feitosa Bezerra, Caio Azevedo Nogueira, Sarah Sales Oliveira de Holanda Furtado, Marina Carvalho Lima Mendonça