Dados do Trabalho


Título

A UTILIZAÇÃO DA CRIOTERAPIA PARA RECUPERAÇÃO MUSCULOESQUELÉTICA PÓS TREINO EM ATLETAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Introdução e Objetivo

A crioterapia consiste em um tratamento em que se submete um indivíduo a baixíssimas temperaturas (-60ºC a -195ºC), de 1 a 4 minutos, com proteções em pés, mãos, ouvidos e vias aéreas, visando reduzir a temperatura corporal e provocar adaptações cardiovasculares e musculares em relação a exercícios de longa duração. Por isso, tal método vem ganhando cada vez mais espaço para a recuperação musculoesquelética, devido sua ação anti-inflamatória e analgésica. O presente estudo tem como objetivo avaliar sua eficácia na recuperação funcional e discutir a personalização e segurança dos tratamentos para os pacientes.

Casuística e Método

Trata-se de uma revisão integrativa de literatura realizada por pesquisas, durante o mês de setembro de 2024, nas bases de dados eletrônicas: LILACS, PubMed e SciELO, pelos Descritores em Ciência da Saúde: “crioterapia”, “recuperação musculoesquelética” e “atletas”, correspondentes em inglês. Com base no dissertado, 13 artigos foram encontrados, desses, 5 foram retirados por análise dos títulos e dos resumos, sobrando 8 artigos. Destes 8 artigos, 3 foram excluídos por relevância ao tema. Assim, ficaram 5 artigos. Foi definido o período entre 2019 e 2024, visando encontrar estudos que contribuíssem com dados atualizados e de relevância científica sobre o tema.

Resultados

Os estudos revisados acusam que, em relação à recuperação pós exercício intenso, a crioterapia apresentou benefícios no que tange à redução de edema e dor tardia pós exercício, a partir da vasoconstrição, da redução da velocidade de condução das fibras nervosas e na diminuição da temperatura muscular por meio da redução de citocinas inflamatórias, como IL-6

Discussão

A crioterapia, seja de corpo inteiro ou parcial, demonstra efeitos semelhantes na redução de dor, inflamação e marcadores de dano muscular, acelerando a recuperação pós-exercício. Ambos os métodos promovem a analgesia e melhoram a flexibilidade muscular. Entretanto, os resultados sobre a força muscular e o controle neuromuscular são contraditórios e inconclusivos, necessitando de maiores pesquisas para garantir a eficácia clínica a longo prazo e uma maior consistência do tratamento. Dos 5 artigos analisados, 3 trouxeram resultados não significativos e 2 resultados significativos, em relação à recuperação e força muscular. Notou-se que a resposta individual varia, mas, de modo geral, a crioterapia é eficaz na recuperação muscular, com ênfase na redução da dor e melhoria da flexibilidade, enquanto os efeitos sobre a força permanecem incertos. Em relação à segurança do procedimento, a crioterapia se mostrou segura para a realização, sendo extremamente válida a personalização do tipo de protocolo para cada atleta, baseado na composição corporal e no condicionamento físico. Para a obtenção de conclusões mais precisas, pesquisas devem ser feitas detalhando o tipo de crioterapia utilizada, a dose-resposta obtida e os efeitos esperados para os dados adquiridos.

Conclusão

Portanto, a crioterapia é amplamente utilizada na recuperação de atletas, com resultados evidentes na ação anti-inflamatória e analgésica, impactando de forma positiva na redução de inflamação e dores musculares pós exercício, além de melhorar a flexibilidade e a amplitude de movimento​. Entretanto, os estudos mostram que os efeitos relacionados à força muscular e ao desempenho são inconsistentes, variando conforme o protocolo e o indivíduo. Conclui-se que, a aplicação da crioterapia é segura e eficaz para recuperação, mas deve ser personalizada para as necessidades específicas de cada atleta.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

Marina Carvalho Lima Mendonça, Marcella Siqueira Campos Rosado, Giovanni Leal Holanda , Ian Santos Alencar Oliveira, Bruno Cavalcante Linhares, André Carvalho Machado Castro