Dados do Trabalho
Título
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA DA TENDINOPATIA PATELAR NO ATLETA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Introdução e Objetivo
A tendinopatia patelar (TP) ou joelho de saltador é uma condição que afeta de forma abrangente atletas envolvidos em movimentos repetidos de salto e corrida, como ocorre no basquete, no vôlei e no atletismo. Tal condição é caracterizada por uma sintomatologia de dor na porção anterior do joelho e inflamação no tendão patelar, responsável por ligar a patela à tíbia, principalmente após a prática de esportes. Os fatores de risco incluem sobrecarga mecânica, desalinhamento do membro inferior e fraqueza muscular. Dessa forma, o presente estudo busca revisar os principais fatores envolvidos na história clínica, no exame físico e nos exames de imagem, para um diagnóstico precoce da TP, fundamental para o sucesso do tratamento e para aliviar o quadro álgico nos atletas.
Casuística e Método
Revisão integrativa do tema, cujo os dados foram extraídos das bases de dados PubMed, SciELO e LILACS, a partir dos descritores “tendinopatia patelar”, “atletas” e “diagnóstico”, buscados em inglês e português, dos quais foram extraídas 23 publicações. Destas, foram indexadas de 2019-2024, dos quais restaram 16 e, destes, foram excluídos 7 artigos, a partir de análise de títulos e resumos. Após isso, 5 artigos foram retirados devido à relevância do tema. Assim, foram selecionados e revisados 4 artigos.
Resultados
O diagnóstico de TP em atletas é feito, inicialmente, com uma abordagem clínica, em que muitas vezes se dá por uma queixa do paciente acerca de dor com foco na região anterior do joelho, relacionada à prática esportiva ou a longos períodos em flexão de joelho. Em sequência, é preconizado o questionário VISA-P, o qual busca analisar a dor no tendão patelar e sua relação com as atividades cotidianas e a prática desportiva. Após isso, dá-se a importância a exames de imagem para o descarte de diagnósticos diferenciais. Os exames mais utilizados são ultrassonografia (US), o qual se tem sensitividade de 58% e sensibilidade de 94% ao se detectar lesões hipoecoicas posteriormente ao tendão patelar aliadas a um espessamento do tendão por completo, próximo ao polo inferior da patela, a Ultrassonografia com Doppler, na qual se percebe um aumento de vascularização em pacientes sintomáticos e, por último, a ressonância magnética (RNM), em que percebe-se o espessamento do tendão aliado a focos de hipersinal, cuja há 78% de sensibilidade e 86% de especificidade.
Discussão
A US e a RNM, então, tornam-se extremamente proveitosas na abordagem diagnóstica de TP, devido à característica subclínica dos estágios iniciais da doença. Contudo, vê-se uma limitação na falta de padronização nas condutas de rastreio.
Conclusão
Conclui-se que o diagnóstico da tendinopatia patelar de forma precoce é extremamente importante para o controle da dor no atleta, por ser uma condição instalada, inicialmente, de forma assintomática nos estágios iniciais e por possuir um quadro clínico inespecífico e muitas vezes ignorados pelos atletas, quando há sintomas. Assim, urge que hajam mais pesquisas na Medicina Esportiva com a finalidade de aumentar a sensibilidade de questionários e métodos de rastreio desta lesão, para ampliar uma abordagem de maneira mais breve.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil
Autores
Lucas Macedo Pinto, Giovanni Leal Holanda, Arthur Pimentel Feitoza, Bruno Cavalcante Linhares, Letícia Teles Moreira Lopes, Ian Santos Alencar Oliveira