Dados do Trabalho
Título
O Papel do Exercício Intervalado de Alta Intensidade (HIIT) no Controle Metabólico e Emagrecimento: Perspectivas Baseadas em Biomarcadores
Introdução e Objetivo
O exercício intervalado de alta intensidade (HIIT) tem ganhado atenção pela sua eficiência no controle do metabolismo e no emagrecimento. Diferente do treinamento contínuo de intensidade moderada (MICT), o HIIT pode proporcionar resultados em menor tempo, tornando-se uma estratégia valiosa para a perda de gordura e melhoria dos parâmetros metabólicos. Estudos recentes demonstram que o HIIT melhora marcadores metabólicos, como a adiponectina e a leptina, que estão relacionados à regulação da gordura corporal e da sensibilidade à insulina. O objetivo deste trabalho é revisar os efeitos do HIIT no controle metabólico e no emagrecimento, destacando seus impactos em biomarcadores relevantes.
Casuística e Método
Para esta revisão, foram selecionados estudos publicados entre 2015 e 2023 em bases como PubMed e Scopus. Os critérios de inclusão consideraram ensaios clínicos randomizados e revisões que avaliaram os efeitos do HIIT em adultos (18 a 65 anos), com foco em variáveis como composição corporal, resistência à insulina e marcadores inflamatórios. As intervenções selecionadas tiveram uma duração mínima de 6 semanas, com comparações entre o HIIT e o MICT.
Resultados
Os estudos analisados indicam que o HIIT promove uma redução significativa da gordura corporal e melhora do controle glicêmico. Em uma meta-análise recente, verificou-se que o HIIT resultou em uma maior diminuição do percentual de gordura e elevação do VO₂peak em comparação com o MICT, especialmente em indivíduos com sobrepeso.
Biomarcadores como adiponectina e leptina apresentaram variações favoráveis. A adiponectina aumentou, favorecendo a oxidação de ácidos graxos e a sensibilidade à insulina, enquanto os níveis de leptina diminuíram, sinalizando uma menor inflamação e melhor controle da saciedade. Em mulheres na pós-menopausa, o HIIT elevou significativamente os níveis de Sirtuin1 (SIRT1), uma proteína chave no controle metabólico.
Discussão
A literatura recente demonstra que o HIIT é uma abordagem eficaz tanto para a perda de gordura quanto para a melhora da sensibilidade à insulina e outros parâmetros metabólicos. As alterações observadas em biomarcadores como adiponectina e leptina indicam que o HIIT pode exercer um impacto metabólico mais profundo do que o MICT, auxiliando na oxidação de gorduras e controle do apetite.
O aumento da adiponectina e a diminuição da leptina, combinados à redução de marcadores inflamatórios como a IL-6, contribuem para um perfil metabólico mais saudável e um risco cardiovascular reduzido. No entanto, é importante considerar que a alta intensidade do HIIT pode limitar sua adesão em indivíduos sedentários, exigindo uma prescrição individualizada e cautelosa.
Conclusão
O HIIT emerge como uma estratégia eficaz para o controle do peso e da saúde metabólica, promovendo alterações positivas em biomarcadores cruciais, como adiponectina, leptina e SIRT1. Além de promover a perda de gordura, o HIIT melhora a sensibilidade à insulina e reduz a inflamação, sendo uma abordagem promissora para prevenir doenças crônicas ligadas ao metabolismo. A individualização e a adesão são essenciais para maximizar seus benefícios, e mais estudos de longo prazo são necessários para avaliar seus efeitos em diferentes populações.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
FACULDADE UNIGUAÇU - São Paulo - Brasil
Autores
Victor Ricardo de Souza Trindade