Dados do Trabalho
Título
“Lesões no Tênis de Quadra: Um Panorama das Principais Condições e Fatores de Risco”.
Introdução e Objetivo
O tênis é um esporte de grande popularidade mundial. A não complexidade e os benefícios à saúde torna-o atraente e incentiva competições variadas. As partidas de tênis não possuem limite de tempo específico, exigindo vários ralis e impulsionando picos de energia corporal. Dessa maneira, convém avaliar quais as lesões relacionadas ao tênis e fatores de risco associados.
Casuística e Método
Realizou-se uma revisão narrativa utilizando estudos transversais, relatos de caso, meta-análises, estudos epidemiológicos observacionais, descritivos e retrospectivos, disponíveis na base de dados PubMed. A busca foi realizada com os descritores 'Tennis' e 'Injuries', abrangendo publicações de 2020 a 2024 em inglês e português. Foram incluídos artigos que abordavam lesões no tênis de quadra, excluindo aqueles que não estavam disponíveis em texto completo ou que não se concentravam diretamente nas lesões desse esporte.
Resultados
Estudos abrangeram tenistas de 14 até 70 anos, sendo a maioria deles adultos jovens. Quanto ao gênero dos atletas presentes nos estudos, houve maior número de homens em comparação às mulheres. Já em relação ao nível de praticantes que se lesionaram, observou-se um predomínio de tenistas profissionais, enquanto tenistas amadores foram menos citados. Através do estudo, observamos um número equilibrado entre lesões de membros superiores e inferiores, sendo que tronco e cabeça foram menos afetados quando comparados a eles. No tocante aos membros superiores, as lesões de ombro se configuraram como as principais representantes, seguidas do acometimento de cotovelos e punhos. Dentre elas, destacam-se a rotura de manguito rotador, epicondilite medial e lateral e fraturas por estresse de punhos e mão. Houve também pequena incidência de anormalidades na coluna lombar, representadas por edema de medula óssea, degeneração de disco e também da articulação facetária. No que se refere aos membros inferiores, as articulações do tornozelo e joelho foram as mais prejudicadas e, sucessivamente, lesões em coxas e quadris. Entorses do tornozelo, roturas do ligamento cruzado anterior e menisco, além de distensões musculares da coxa, foram lesões de grande prevalência nos estudos.
Discussão
A revisão de literatura aponta que as lesões no tênis são frequentes em todos os níveis, desde amadores até profissionais, atingindo as articulações dos membros superiores e inferiores. Fatores de risco incluem maior altura, lesões anteriores e aumento de temperatura em torneios. Jogadores de elite são mais suscetíveis a lesões devido ao calendário congestionado e à alta carga de treinos. Há diferença na prevalência de lesões em relação aos segmentos de temporada, sendo que, na pré-temporada, o número de lesões é três vezes menor que no decorrer da temporada. Homens correm maior risco de lesão que mulheres, refletindo estilos de jogo distintos, em que as mulheres apresentam um estilo de jogo mais defensivo, em oposição a um jogo mais intenso dos homens. Lesões no ombro e cotovelo são prevalentes. A tendinopatia lateral do cotovelo (LET) ou "cotovelo de tenista" é mais comum em jogadores amadores, tipicamente associada ao uso excessivo do músculo extensor radial curto do carpo (ECRB), enquanto que a tendinopatia medial do cotovelo (MET), ou "cotovelo de golfista", é mais comum em tenistas profissionais, associada ao uso excessivo do músculo flexor radial do carpo (FCR).
Conclusão
Conclui-se uma predominância de lesões em determinadas articulações dos membros superiores e inferiores, com homens se lesionando mais que as mulheres, a presença de alguns fatores de risco que impulsionam essas condições lesivas, além de uma preponderância de lesões em tenistas profissionais.
Área
Medicina do Esporte
Autores
Eduardo Navas, Lucas Lachman, Pedro Pagote , Isabela Acras, Luiz Czelusniak, Fabiana Postiglione Mansani