Dados do Trabalho
Título
Avaliação da mobilidade em idosos em instituições de longa permanência através da Velocidade de Marcha
Introdução e Objetivo
A velocidade de marcha (VM) é amplamente utilizada como um indicador clínico da saúde funcional e capacidade física em idosos, refletindo não apenas a mobilidade, mas também o estado geral de saúde do indivíduo. Uma marcha mais lenta está associada a maior risco de quedas, hospitalizações, dependência em atividades da vida diária e mortalidade precoce. Com o envelhecimento, há uma tendência natural de declínio da velocidade de marcha, influenciada por fatores como perda de massa muscular, alteração da composição de fibra muscular, diminuição da densidade óssea, alterações neuromusculares, redução da mobilidade articular, declínio da função cardiorespiratória, presença de doenças crônicas. O objetivo deste estudo é analisar a relação entre a idade cronológica e a velocidade de marcha de idosos.
Casuística e Método
Foi realizado um estudo transversal com indivíduos de um lar de idosos no período de julho de 2023 a agosto de 2024. A amostra foi composta por 64 idosos, de ambos os sexos, com idade compreendida entre 64 a 106 anos, todos residentes no lar dos idosos. Dos 64 idosos, 13 idosos foram excluídos para a realização da VM por serem cadeirantes. Para avaliar a velocidade de marcha (VM) foi utilizado um percurso de 3 metros, demarcado por cones, e um cronometro para marcar o tempo.
Resultados
A média da idade dos pacientes foi de 79,8 anos. Já a média da VM foi de 0,491m/s. Foi observada uma correlação negativa entre a idade e a VM, com uma tendência de redução da velocidade à medida que a idade avançava. Os pacientes mais jovens dentro da amostra, com idade entre 64 e 75 anos, apresentaram uma VM significativamente maior em comparação com os pacientes acima de 90 anos, refletindo a diminuição gradual da capacidade motora ao longo do processo de envelhecimento.
Discussão
Os achados deste estudo corroboram pesquisas anteriores que indicam o declínio da VM com o aumento da idade. Fatores fisiológicos, como a perda de massa muscular, a redução da densidade óssea, o aumento das comorbidades e o uso de múltiplos medicamentos, podem explicar a diminuição na mobilidade observada. Além disso, o envelhecimento está associado a alterações neuromusculares, como redução da força de preensão manual e do controle postural, que contribuem para a marcha mais lenta.
Nesse contexto, a avaliação da VM é uma ferramenta simples e eficaz para a detecção precoce de fragilidade e risco de quedas. A preservação da função motora por meio de programas de exercício físico voltados à força muscular, equilíbrio e resistência cardiovascular deve ser priorizada em populações idosas, especialmente em indivíduos com comorbidades que afetam a mobilidade.
Conclusão
A mobilidade funcional é progressivamente reduzida conforme o envelhecimento avança. Esses dados reforçam a necessidade de uma abordagem preventiva em saúde para minimizar as consequências do declínio funcional em idosos. A inclusão de programas de reabilitação e atividade física adaptada é crucial para a preservação da autonomia e qualidade de vida, impactando diretamente a prevenção de quedas e complicações associadas à imobilidade.
Este estudo também sugere que intervenções preventivas e terapêuticas podem ter um impacto positivo na manutenção da marcha funcional e, consequentemente, na qualidade de vida. A implementação de atividades físicas regulares, como a caminhada, o treinamento de resistência e atividades aeróbicas, pode atrasar o declínio da VM e reduzir os riscos associados à mobilidade limitada.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
UNIFAA - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Leticia Palazzi Ribeiro, Náthaly de Azevedo Nascimento, Max Rangel Souza Costa, Bárbara dos Anjos Nascimento dos Anjos Soares, Antônio Paulo André de Castro , Leandro Raider