Dados do Trabalho
Título
Avaliação do impacto da mobilidade com doenças crônicas não transmissíveis em idosos em instituições de longa permanência através do Timed Up and Go
Introdução e Objetivo
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e obesidade, estão relacionadas a maiores limitações funcionais devido a redução da capacidade física do indivíduo. Isso pode ser observado por meio do prejuízo no equilíbrio, mobilidade, força muscular, coordenação motora e risco de quedas.
As DCNTs configuram um problema de saúde pública em nível global, representando um alto índice de mortalidade e morbidade, em todas as camadas socioeconômicas, especialmente em grupos vulneráveis, como idosos, baixa renda e escolaridade. Nesse sentido, estudos revelam que a presença de DCNTs se relacionam a um desempenho comprometido no Timed Up na Go (TUG), teste para avaliação de risco de quedas e declínio funcional.
Desse modo, este estudo objetiva analisar a relação da quantidade de doenças crônicas não transmissíveis nos pacientes acompanhados em um lar para idosos, com o seu respectivo desempenho apresentado no TUG.
Casuística e Método
A amostra foi composta por 64 pacientes, habitantes de um lar para idosos na cidade de Valença – Estado do Rio de Janeiro, de ambos os sexos, com idade entre 60 e 105 anos, portadores de, no mínimo, uma DCNT. Desses, 23 pacientes foram excluídos, sendo 13 cadeirantes e 11 por falta de dados relacionados as DCNTs, tendo o grupo de análise final 40 pacientes.
Foi realizado o TUG, que registra o tempo de execução que o indivíduo leva para se levantar de uma cadeira, caminhar 3 metros, retornar à cadeira e se sentar novamente. De acordo com o resultado obtido, o paciente é classificado em completamente independente (menos que 10 segundos), baixo risco de quedas (10 a 19 segundos), moderado risco de quedas (20 a 29 segundos) ou alto risco de quedas (superior a 30 segundos).
Para esta análise, os pacientes foram divididos em relação a quantidade de DCNTs que possuíam, sendo que, 9 pacientes possuíam 1 DCNT, 4 pacientes possuíam 2 DCNTs, 12 pacientes possuíam 3 DCNTs, 11 pacientes possuíam 4 DCNTs, 3 pacientes possuíam 5 DCNTs e 1 paciente possuía 6 DCNTs.
Resultados
Os pacientes da amostra apresentaram uma média de 2,95 DCNTs e uma TUG média 22s65mil. Os pacientes portadores de 1 DCNT obtiveram 23s62mil no TUG, os de 2 DCNTs 25s94mil, os de 3 DCNTs 15s34mil, os de 4 DCNTs 19s31mil, os de 5 DCNTs 37s72mil e os de 6 DNCTs 11s95mil. A prevalência de baixo risco de quedas corresponde a 60% da amostra, moderado risco de quedas 32,5% e alto risco de quedas 7,5%.
Discussão
A média de 22s65mil no TUG sugere risco moderado de quedas. Os pacientes com 1 DCNT exibiram um tempo médio no TUG similar ao valor médio geral da amostra, bem como os pacientes com 2 DCNTs. Já os pacientes com 3 e 4 DCNTs apresentaram baixo risco de quedas, o que contradiz a expectativa de um aumento gradual no tempo de TUG.e pode ser justificado por diferenças individuais e de amostra. Os pacientes com 5 DCNTs apresentaram alto risco de quedas, reafirmando a relação da redução da capacidade funcional com o número elevado de DCNTs. No entanto, o paciente com 6 DCNTs apresentou um baixo risco de quedas, contrariando a ideia de um comprometimento funcional de maior intensidade, que pode ser justificado por esse grupo ser representado por apenas um indivíduo. Esses dados revelam variações no tempo de TUG, indicando que a conexão entre as variáveis não é linear e pode ser afetada por elementos individuais e contextuais.
Conclusão
Apesar de a presença de mais DCNTs normalmente estar ligada a um pior desempenho no TUG, existem diferenças notáveis no tempo de realização do teste entre os diversos grupos, indicando que o efeito das DCNTs na mobilidade não segue uma simples correlação linear. Isso pode estar ligado a elementos como idade do paciente, número limitado da amostra, tratamento médico apropriado e gestão dos fatores de risco.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
UNIFAA - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Pollyana de Carvalho Tarôco, Otávio Farinha Alves, Leticia Palazzi Ribeiro, Letícia Valente Carvalho, Antônio Paulo André de Castro, Leandro Raider