Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DE LESÕES EM ATLETAS PROFISSIONAIS DE FUTEVÔLEI

Introdução e Objetivo

O futevôlei é um esporte criado no Brasil, que vem crescendo nos últimos anos, não só em número de praticantes, mas também como esporte com competições nacionais e internacionais. No entanto, a literatura sobre lesões em profissionais é muito escassa. Portanto, este trabalho tem como objetivo identificar os locais e tipos de lesões mais comuns em praticantes profissionais. Além disso, comparamos a prevalência entre homens e mulheres, bem como os tipos e locais da lesão. Consideramos que esta investigação pode contribuir para melhorar o manejo e prevenção de lesões em atletas de futevôlei.

Casuística e Método

Estudo observacional, transversal, incluindo os melhores atletas profissionais de futevôlei de todo o Brasil (Ranking Nacional Aberto de Futevôlei e ranking da Liga Brasileira de Futevôlei). Os dados foram coletados em 2023 por meio de questionário via Google Forms, durante campeonatos nacionais de futevôlei profissional. Os atletas responderam retrospectivamente a perguntas sobre lesões sofridas ao longo da carreira. Além disso, também foram coletadas informações sobre histórico de prática e rotina de treinamento.

Resultados

Participaram da pesquisa 56 atletas, sendo 36 do sexo masculino (idade = 26,6 ± 5,4 anos; tempo de prática do esporte = 9,0 ± 4,1 anos) e 20 do sexo feminino (idade = 28,4 ± 6,0 anos; tempo de prática do esporte) . modalidade =7,7 ± 3,3 anos). Os resultados da pesquisa indicaram que 95% dos atletas profissionais já sofreram alguma lesão causada pela prática do futevôlei. A região anatômica mais prevalente para lesões foi o joelho (todos = 48%; masculino = 44%; feminino = 55% - p>0,05). O tipo de lesão mais comum é a dor muscular (mialgia) (todos =38%; homens=39%; mulheres=35% p>0,05). O sexo masculino apresenta diferenças significativas em relação ao sexo feminino no local da lesão (pé – masculino=6%; feminino=25% p=0,035) e tipo de lesão (dor inespecífica intensa – masculino=28%; feminino=5% p=0,040).

Discussão

Comparando com o estudo com atletas de futevôlei realizado em 2015, a porcentagem do total de atletas que relatam já terem se lesionado foi de 41%, o que demonstra o crescimento da prevalência de lesões no esporte.
De acordo com o estudo de Alves e colaboradores, no futevôlei as regiões mais acometidas são membros inferiores (55,8%) e a coluna vertebral (32,3%), sendo que em cada uma dessas grandes áreas verificou-se para o joelho uma prevalência de 26% e região da lombar de 24% (ALVES et al., 2015).
Importante destacar que, sobre as lesões mais graves, questionamos os atletas sobre o momento específico do acontecimento dessas lesões e tivemos como resultado: 41% estava disputando campeonato, 22% treinando futevôlei, 23% jogando futevôlei e 14% realizando treinamento específico (fora da areia). Abordando o que o atleta enxerga como fator influenciador para as lesões mais severas, foi apontado que: o desgaste físico por excesso de treinamento/ competições/ jogos (45% dos relatos), lesão prévia não tratada adequadamente (16%), condições de solo e clima (11%), aquecimento insuficiente (9%) e desgaste mental (8%).
O maior número de lesões ocasionadas durante campeonatos juntamente com o importante resultado do desgaste físico mostram a importância do estudo para conscientizar os atletas profissionais do nível de sobrecarga que estão passando com o atual crescimento do número de campeonatos e, consequentemente das preparações mais intensas com jogos e treinos, mostrando ser de extrema importância o acompanhamento com profissionais da saúde e do esporte capacitados para adaptar todo o período preparatório para campeonato, de uma forma pessoal, levando em conta as características do esporte e suas atualizações. (COUTTS et al, 2016).

Conclusão

Atletas de futevôlei de elite no Brasil apresentaram alta prevalência de lesões, sendo as lesões mais comuns nos joelhos.

Área

Medicina do Esporte

Autores

Maria Eduarda Dequi Diniz, Lucas Melo Neves