Dados do Trabalho


Título

Repercussões dos esteroides anabolizantes em atletas: revisão sistemática de literatura

Introdução e Objetivo

Historicamente, a busca incessante de atletas por excelência no desempenho físico tem impulsionado o uso de substâncias como os esteroides anabolizantes (EA), conhecidos por promoverem o aumento de massa muscular, força e resistência. Apesar desses benefícios, o uso de EA está associado a inúmeros efeitos adversos, comprometendo a saúde física e mental, além de provocar desequilíbrio no ambiente competitivo. O estudo teve como objetivo revisar a literatura recente sobre os malefícios dos EA em atletas.

Casuística e Método

Trata-se de revisão sistemática de literatura, conforme o protocolo PRISMA, com busca nas bases de dados ScienceDirect, SciELO e Cochrane Library. Estudos publicados nos últimos cinco anos, em inglês ou português, que abordassem os efeitos patológicos dos EA em atletas foram incluídos. Estudos com foco recreativo, legal ou social foram excluídos. A seleção dos artigos seguiu três fases: triagem de títulos e resumos, leitura integral e avaliação metodológica. A análise foi orientada pela pergunta PICO, que define quatro componentes essenciais: a População (atletas que utilizam esteroides anabolizantes), a Intervenção (uso de esteroides e seus efeitos), a Comparação (atletas que não utilizam essas substâncias) e os Desfechos (resultados sobre os impactos fisiológicos e patológicos). Esse modelo guiou a seleção e avaliação dos artigos, focando nos efeitos dos esteroides em atletas. No total, 12 estudos preencheram os critérios de inclusão.

Resultados

Os resultados apontaram graves repercussões cardiovasculares, como hipertrofia ventricular esquerda, disfunção endotelial e elevação de LDL, predispondo a aterosclerose precoce. No sistema endócrino, houve supressão da função gonadal, hipogonadismo e infertilidade, além de colestase e hepatotoxicidade. Psicologicamente, os atletas apresentaram irritabilidade, agressividade, depressão e comportamentos dependentes. Lesões musculoesqueléticas, como rupturas tendinosas, também foram observadas devido ao desequilíbrio entre o aumento da força muscular e a resistência tecidual.

Discussão

Há consequências significativas para os diversos sistemas, como cardiovascular, endócrino, hepático e psicológico dos atletas. Os danos crônicos ao sistema cardiovascular, associados à dislipidemia e às alterações hepáticas, agravam o risco de complicações a longo prazo. Disfunções endócrinas, como a hipofunção gonadal, exigem acompanhamento contínuo para avaliar a reversibilidade dessas condições. Além disso, o impacto psicológico e o risco de dependência destacam a necessidade de intervenções multidisciplinares para esses atletas.

Conclusão

Conclui-se que o uso de EA, apesar de amplamente disseminado no meio esportivo, traz sérias repercussões para a saúde. Os efeitos adversos em diversos sistemas corporais, especialmente no cardiovascular e psicológico, demandam maior conscientização entre atletas e profissionais de saúde. Estratégias de prevenção e tratamento devem ser priorizadas para preservar a integridade física e mental dos atletas, bem como o equilíbrio competitivo no esporte.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Faculdade Atenas Sete Lagoas - Minas Gerais - Brasil

Autores

Gabriel Domingues Dos Santos, Fernando Augusto Lima Ribeiro Mattos, Arthur Barbosa Santos, Cláudio De Melo Batista